Crise? Qual crise?
Crise? Qual crise? Governar, afinal, é crise e a democracia sempre foi uma institucionalização de conflitos, essa mistura de convergências com divergências que nos permite sucessivas emergências que, em vez de eliminarem os contrários nos podem trazer a complexidade crescente a que alguns ainda dão o nome de progresso.
Por mim, retido entre lençóis, devido a um estado febril de vírus gripal, entre uns ataques de tosse e algumas dores musculares, vou vendo o mundo entre a Net e as televisões por cabo, sem poder desfolhar os jornais, nomeadamente os que trazem o caso Miguel Sousa Tavares, pouco preocupado com as habituais lutas de invejas que, entre nós, sempre foram mais intensas do que as lutas de classes.
Plágios, por plágios, sempre estou mais preocupado com os universitários que conseguiram escapar à rede de análise dos júris. Apenas me recordo de um projecto de tese de doutoramento de há alguns anos, onde detectei mais de uma centena de páginas de "scanner" de outra tese que, por acaso, tinha na minha biblioteca. O sujeito em causa foi convidado a largar a profissão universitária pública, mas dizem-me que, agora, anda numa privada, acusa-me de ser mau carácter e está prestes a concluir a saga numa universidade espanhola, para depois aqui entrar automaticamente como registado. Espero não ter que o aturar um dia como secretário de Estado das Universidades, dado que o dito cujo é um activista destacado de um dos dois principais partidos portugueses e ainda por cima teve a protecção de uma salazarenta e ministerial figura.
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