Falido e modernizado, me confesso, em pleno salazarismo democrático...
Perante as circunstâncias, a maioria dos portugueses, se tivesse direito à indignação entrava em greve de zelo. Especialmente os funcionários públicos que assistem a festivais de demagogia de dirigentes e ministeriais figuras que agora os querem modernizar com a emissão de listagens de indisponíveis, supranumerários e despedíveis, onde antigos pirómanos, recolhem os restos da respectiva incapacidade, quando se assumem como tecnocráticos bombeiros da modernização administrativa, sem que haja uma efectiva lei da responsabilidade política que os possa qualificar como inimputáveis.
Por isso é que os recentes acontecimentos do CDS são um verdadeiro espelho da nação e uma verdadeira imagem prospectiva do que nos irá acontecer quando faltar o pão, ou o poder, e entrarmos todos em mútuos ralhetes, onde até os beirões não batem em mulheres, mas as mulheres se sentem agredidas. Entre castreiros e porteiros, já nem monteiros ou naraneiros lhes podem valer, numa coisa que deixou de ser um grupo de amigos que se odiavam cordialmente, agora que saltou a tampa das zangas de jet set e as comadres e os compadres quase chegaram às vias de facto, por causa dos apetites de um ex-ministro de Estado que também andava por aí e pensava que chegava um veni, vidi, vinci, com um mediático aperto de mão ao líder que pretendia usar e deitar fora.
Aliás, o mar acabou por galgar a costa, porque o que tem de ser tem muita força. Entretanto, em muitos segmentos do micro-autoritarismo subestatal, onde não há gestores profissionais nem hierarquias funcionais, os restos do PREC, pintados de situacionismo, vivem as delícias absolutistas, julgando que segmentos do Estado podem estar sujeitos ao regime do spoil system, como acontece num partideco, onde os despojos se distribuem pelos vencedores, transformados em conquistadores daquilo que pensam ser o poder, onde continua em vigor a formosa frase de Salazar, segundo a qual o essencial do poder é procurar manter-se...
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