Os bonzos, os endireitas e os canhotos desta ditadura da incompetência
Eu não ouvi, já ando a ouvir, há muito, esses restos de música celestial, com os constantes bailados da tal direita que convém à esquerda. E, na prática, tais notícias são não-notícias. São meros factos políticos de criadores e criaturas. Pouco interessa que Marcelo se tenha posto contra Santana e os "gatos pingados" de Monteiro e Otero (Profe comentador dixit), recordando a anterior ameaça santanista de um Partido Social Liberal.
De pouco vale que Júdice tenha entrado na liça, atacando o amigo Marcelo. Ou que Marques Mendes apareça, denunciando o projecto pessoal de poder de Sócrates. Cavaco vai mesmo celebrar a energia limpa, vinda da ventania. E António Vitorino vai substituir Vasco Vieira de Almeida na presidência da assembleia-geral da Brisa. Está farto de partidos.
Desejo apenas votos de boa saúde a Jerónimo de Sousa, que foi visitar um hospital no Centro-Norte e acabou internado em Lisboa, enquanto os jornais anunciam que há 150 000 funcionários públicos em risco, que o governo fez 2 373 nomeações na área livre para a partidocracia e que o Estado a que chegámos, com tanta obesidade, sem músculo forte nem osso calcificado, se fica assim pelo dinamismo da propaganda e das sucessivas reformas administrativas, desde que Marcello Caetano criou a moda, na segunda parte da década de cinquenta do século XX.
Na prática, hoje, não há mesmo notícias. Mas apenas comentários sobre os comentários da vida política, feitos pelos eternos bonzos da situacionismo, onde também querem entrar os endireitas e os canhotos, neste crescente ditadura da incompetência que nos rege.
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