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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

17.8.07

Pedido de apoio contra o limpamento de memórias (182.246.466 bytes). Não se trata de simples metáfora...


Tenho certo pudor em referir casos em que sou vítima, mas não posso deixar de anotar que, hoje, ao passear por certos motores de pesquisa, ao clicar em http://www.iscsp.utl.pt/cepp, verifiquei que os novos donos do poder da minha escola, ao inaugurarem o chamado "novo site", decidiram fazer "delete" de milhões e milhões de "bytes", num arquivo que, quando ainda era actualizado, andava por meio milhão de entradas.

O acto de saneamento e censura tem um ilustre responsável, com nome e tudo. E tem naturalmente outros responsáveis por omissão. Por agora, apenas registo a ocorrência daquilo que qualifico como repressão académica.

É evidente que nunca reivindiquei divulgar o "site" no portal da entidade estadual em causa, como já acontecia. Mas não parece académico limpar todas as raízes, mesmo de um arquivo sem actualizações. Não sei mesmo se o novo professor bibliotecário também eliminou os meus livros da biblioteca da escola.

Ainda estou surpreendido com esta actividade de certos funcionários públicos neste Estado de Direito. E peço aos habituais leitores que me ajudem a saber como posso garantir a aplicação de regras constitucionais de aplicação directa, em defesa da liberdade de ensinar e aprender.
Não estamos a falar metaforicamente de uma formal página de professor, de um pequeno "weblog" ou de um mero "mail", mas de um espaço que contava com cerca de meio milhão de consultas, disponível em todos os motores universais de pesquisa: são cerca de 183 MB (182.246.466 "bytes") disponibilizados publicamente, em cerca de 12 000 ficheiros, até para que se cumprisse programa subsidiado com dinheiros públicos.
Por outras palavras, em termos práticos, são centenas de livros que desaparecem dos ficheiros públicos, depois de longos anos de consulta livre, dado que ilustres gestores da coisa que devia ser pública, usam os títulos de "utl" e de "pt", para um higiénico, ou incompetente, "delete". E tudo aconteceu pela calada das férias e em pleno Agosto.