a Sobre o tempo que passa: Contra un pudridero colosal, lo más positivo, lo más importante, es la resistencia que uno ofrece a la irreversible descomposición

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

26.2.08

Contra un pudridero colosal, lo más positivo, lo más importante, es la resistencia que uno ofrece a la irreversible descomposición


Algo se passa aqui ao lado, em Espanha, com o aparecimento da Unión Progreso y Democracia (UPyD) e com o anúncio do livro "Política razonable", escrito por Mário Vargas Llosa, Fernando Savater, Rosa Díez, Álvaro Pombo, Albert Boadella y Carlos Martínez Gorriarán, onde Llosa diz não se sentir representado "en las actitudes conservadoras reticentes, por ejemplo, al laicismo, a la separación de la Iglesia y el Estado, a la creación de una sociedad laica".


Porque "como liberal, creo que medidas como la despenalización del aborto, los matrimonios gays y el derecho de las parejas homosexuales a adoptar niños, son medidas de progreso que aumentan la libertad y los derechos humanos en España, y por tanto, no me puedo sentir representado por un partido que rechaza esas reformas". Até porque o seu companheiro de aventura, o filósofo Fernando Savater, afirma que está "en contra de que se planeen huérfanos. El erotismo es un invento humano, la procreación no. Todo el mundo tiene derecho a la filiación, y la filiación es por parte de un padre y de una madre [...] La filiación es un fundamento natural y simbólico de la especie humana", qualificando a adopção por parte de casais homossexuais de "inmoralidad".


Porque, como, no livro, salienta Albert Boadella: La política se ha caracterizado siempre por ser un pudridero colosal, donde lo más positivo, lo más importante, es la resistencia que uno ofrece a la irreversible descomposición. Por isso, admiro que um aluno meu tenha decidido estudar mesmo ciência política: foi para o centro do debate. Talvez se liberte das teias do nosso "pudridero" e compreenda como Vargas Llosa não poderá ser citado pelos que, por cá, continuam no velho congreganismo que pensa deter o monopólio da moralidade. Talvez pela importação desta racionalidade, nos livremos da tripla sócrates-menezes-portas, dos anúncios de inquéritos da PGR que dão em arquivo, dos apitos doiradinhos que dão em agressões marialvas e volte a liberdade do homem revoltado. Por mim, continuo a querer ajudar a fundar o próximo UPyD, mesmo que não tenha votos ou mesmo que os reaccionários de sempre continuem a infiltrar-se naquilo que sempre foi a via dos radicais do centro, à maneira de Alain, do "cidadão contra os poderes", para que se reconstrua a cidade.Porque, se inventámos a política para deixarmos de ter um dono, temos que, agora, a reinventar contra os muitos donos dos poderes que fragmentaram a cidade em micro-autoritarismos domésticos, económicos, fradescos, policiescos ou sub-estatais.