a Sobre o tempo que passa: Outra nota metapolítica, fora do tempo que passa...

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

31.3.10

Outra nota metapolítica, fora do tempo que passa...


Tanto me fartam os inquisidores e os pides que caçam pedreiros, comunas e anarcas, como os falsos jacobinos que querem enforcar o último padre nas tripas do último papa. Entre fantasmas de direita e preconceitos de esquerda, nem deus nem o diabo têm de escolher...

Entre o sol e a lua, o mundo e os céus têm várias escadas e não apenas a nostalgia da revolução ou da contra-revolução perdidas. Tanto sou contra a utopia das revoluções como contra a paz dos cemitérios das reacções... Prefiro a revolta das revoluções evitadas.

O estado e a sociedade a que chegámos precisam de uma valentíssima e reverendíssima reforma que liberte os indivíduos do colectivismo de seitas das nossas pesadas heranças...

Confesso que já fui anticomunista primário, nos tempos passados de uma guerra fria, com muitas guerras quentes por procuração, onde seria suicida subscrever-se o antes vermelhos do que mortos. As ideias pelas quais importa lutar, as comunidades das coisas que se amam impõem que também por elas se esteja disposto a dar a vida!

São perigosos os atalhos desesperantes da anti-religião. As minhas raízes estóicas e panteístas obrigam-me a reagir contra os vermes do cepticismo, do utilitarismo, do niilismo e, sobretudo, contra o situacionismo conformista dos pretensos moderados do centrão mole e difuso, das modas que passam de moda...