Da autoridade à manha, a fase da cenoura
O segundo passo do processo político é a autoridade.
Aqui, o emissor da palavra não está no mesmo plano do receptor. De um lado, temos o autor, do outro, uma audiência.
E o autor do discurso ocupa um lugar superior, fala a partir do lugar onde se concentra o poder.
Um lugar mais alto que é normalmente o lugar dos alicerces lançados pelos fundadores.
Na fase da autoridade já não se utiliza apenas a arte de levar ao convencimento pelo argumento, que pressupõe igualdade
Quando falham tanto a persuasão como a autoridade, isto é, o discurso feito a partir de cima, a partir de um nível superior de autoridade, eis que se entra numa terceira fase para a obtenção do consentimento, a fase do que David Easton qualifica como manipulação, onde se usam os métodos da astúcia, do engodo ou da manha. Como dizia Maquiavel, é preciso ser raposa para conhecer os fios da trama e leão para meter medo aos lobos.
Temos assim que, como recordava Freud, o poder utiliza a força para coagir, mas emprega a astúcia para convencer.
É aqui que entram formas como a ideologia, a propaganda e o próprio controlo da informação.
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