a Sobre o tempo que passa: Celebremos as celebridades...

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

6.10.04

Celebremos as celebridades...



Enquanto estes pálidos e pretensos taumaturgos continuarem nos pedestais do seu ministerial despotismo, não são possíveis gestos com sentido. Eles prostituíram a palavra e profanaram os símbolos. Pujantes em seu efémero julgam-se donos da eternidade. E se alguns dos que vivem como pensam podem volver-se em agnósticos, muitos outros ainda continuam a semear a esperança dos desesperados.

Eis-nos definitivamente "voyeurs" de pretensas celebridades, com os filhos e filhas de gente que foi alguém e que agora só são alguém porque estiveram juntos, ou juntas, com o ninguém que se pensa todo o mundo. Ei-los, os novos tios e tias deste sistema, os "biscondes" e as "baronas" de alto lá com eles...

E tudo quando começa o novo ano escolar para que os nossos jovens tenham destes exemplos. Diante da degradação não há discurso de presidente que resista. Somos definitivamente um Portugalório, onde só a galhofa vale a pena.