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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

28.11.04

Desta casa do caniço-cimentado...



Não abatam pássaros em voo, sobretudo quando mal saem dos ovos (Malangatana)

A Ucrânia fica bem perto, mas, cá por mim, hoje, penso mais dentro, e peregrino Armando Guebuza, Afonso Dhlakama, Yacub Sibindy, FRELIMO, RENAMO-UE, PIMO, para além dos relatórios das secretas e dos manuais de investimento e de corrupção. E vou lendo: o candidato presidencial da RENAMO, Afonso Dhlakama, ameaçou hoje assumir o poder nas províncias que lhe derem a vitória eleitoral, no caso de as eleições de 1 e 2 de Dezembro em Moçambique não decorrerem em ambiente democrático. "A FRELIMO nunca ganhou as eleições, eles roubaram em 1994, roubaram em 1999. Ou a democracia chega ou cada um governa onde ganhou", disse Dhlakama, em entrevista telefónica à agência Lusa, da província de Sofala, onde se encontra em campanha para as eleições gerais de 1 e 2 de Dezembro. "Não é o que nós queremos. O Dhlakama não quer a divisão do país, queremos governar todo Moçambique, que isso fique claro. Mas não estamos dispostos a deixar os comunistas governar quando não ganharam, e, se eles roubam, então cada um governa onde ganhou", adiantou Dhlakama, quando instado a precisar a sua anterior declaração.



Alguns que não conhecem nem a verdade nem a honra são capazes de tudo, mesmo de fechar o olho sobre uma abelha (Malangatana)

A RENAMO, o maior partido da oposição moçambicana, acusou hoje o Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE) de estar a engendrar um plano de aniquilamento físico do líder daquela força política, Afonso Dhlakama, nos próximos dias.O candidato às presidenciais pelo partido Independente de Moçambique (PIMO) Yá-Qub Sibindy encontra-se desde ontem na província de Nampula.

Só quando estás perto de um homem é que começas a sentir-lhe o bafo (Malangatana)

A União Europeia (UE), um dos maiores parceiros financeiros do governo moçambicano, desembolsa anualmente cerca de 120 milhões de euros, para os sectores de saúde, educação, justiça e estradas.A campanha eleitoral para as eleições legislativas e presidenciais de 01 e 02 de Dezembro em Moçambique ainda não terminou, mas a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) já não tem dúvidas sobre o desfecho do escrutínio.Para a confissão, que conta com cerca de 70 mil membros em Moçambique, o sucessor do actual presidente, Joaquim Chissano, será Armando Emílio Guebuza, ambos da FRELIMO, partido no poder, e ambos "consagrados" hoje numa reunião que o chefe de Estado manteve com mais de mil jovens da IURD.




A verdade tarda, mas nunca falha (Malangatana).

Uma arrogância desmedida ameaça fazer descarrilar o processo eleitoral em Moçambique. Tudo porque um certo partido, que coloca seu vitória e do seu candidato à Ponta Vermelha como imperativo nacional, insiste em ser árbrito, jogador e dono da bola.Determinou as regras de jogo para a actualização do recenseamento eleitoral tanto dentro do país como na diáspora, passando por cima de todas as reclamações dos seus opositores.Determinou, sózinho, o impedimento dos observadores e outros interessados de fiscalizar todas fases de apuramento dos resultados das eleições gerais. Quer contar, sózinho, os votos.Recentemente decidiu, sózinho, escolher um software a ser usado na tabulação dos votos das eleições de 1 e 2 de Dezembro.

Quando algum tem o poder não significa que tem razão (Malangatana).

"Várias balas de “AKM” ... acabaram com a vida de Carlos Cardoso, jornalista conhecido e reputado de Moçambique”.Tal como a Comissão Europeia, o grupo de observadores da Commonwealth quer ter acesso às várias fases de contagem dos votos das eleições gerais em Moçambique, que se realizam na quarta e quinta feira da próxima semana no país.

Já agora, leiam de Barnabé Lucas Ncomo, Uria Simango. Um homem, uma causa, Maputo, Edições Novafrica, 2003.

Obrigado a Celeste Valente Lisboa e a um mail de 17 de Outubro de 2003, a que, desta forma, respondo. Estejam atentos e leiam Moçambique para todos.

De um amigo da RENAMO, recebi, em 29 de Novembro, o seguinte mail, que transcrevo parcialmente: A campanha foi uma loucura em apoio ao Presidente. A UE também se está a portar muito bem, ao manter uma posição firme quanto às regras de observação eleitoral. O partido parece-me muito mais forte e organizado ao nível das bases. Vamos ver o que nos reservam os próximos dias. Temo que existam conflitos graves, nas regiões centro e norte, porque os camaradas continuam a revelar um desrespeito intrínseco pelos cidadãos e um apego ao poder inesgotável. Julgo que os nossos estão preparados para estar à altura...