Empregado de escritório defende nacionalismo liberal
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Quanto mais o Estado intervém na vida espontânea da sociedade, mais risco há, se não positivamente mais certeza, de a estar prejudicando; mais risco há, se não mais certeza, de estar entrando em conflito com leis naturais, com leis fundamentais da vida, que, como ninguém as conhece, ninguém tem a certeza de não estar violando. E a violação de leis naturais tem sanções automáticas a que ninguém tem o poder de esquivar-se. Pretendendo corrigir a Natureza, pretendemos realmente substituí-la, o que é impossível e resulta no nosso próprio aniquilamento e do nosso esforço.
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É aquele que permita com mais segurança e facilidade o jogo livre e natural das forças (construtivas) sociais, e que com mais facilidade permita o acesso ao poder dos homens mais competentes para exercê lo.~
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Sem dúvida. O conservantismo consiste no receio de infringir leis desconhecidas em matéria onde todas as leis são desconhecidas. Porque desconhecemos por completo as leis que regem a sociedade, ignoramos por inteiro o que seja, em sua essência, uma sociedade, porquê e de que modo se definha e morre.
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O Estado é chamado a governar uma coisa que não sabe ao certo o que é, a legislar para uma entidade cuja essência desconhece, a orientar um agrupamento que segue (sem dúvida) uma orientação vital que se ignora, derivada de leis naturais que também se ignoram, e que pode portanto ser bem diferente daquela que o Estado pretende imprimir-lhe.
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Pela autoridade, pela força consolidada, translata, a força tornada abstracta, aquela base de governo que vem depois do governo da força e antes do governo da opinião. Mas a autoridade não dura sempre, porque nada dura sempre neste mundo.Sendo a autoridade um prestígio ilógico, tempo vem em que, degenerando ela como tudo, a inevitável crítica humana não vê nela mais do que ilogismo, visto que o prestígio se perdeu. A autoridade é incriável e indecretável, e a tradição, que é a sua essência, tem por substância a continuidade, que, uma vez quebrada, se não reata mais.
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O preceito moral, para ser verdadeiramente preceito, nunca esquece um certo limite e o preceito prático, para ser verdadeiramente preceito, nunca esquece uma certa regra.
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Em matéria social não há factos científicos. A única coisa certa em ciência social é que não há ciência social. Desconhecemos por completo o que seja uma sociedade; não sabemos como as sociedades se formam, nem como se mantém,nem como declinam. Não há uma única lei social até hoje descoberta; há só teorias e especulações que, por definição, não são ciência.
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Entre as forças de integração, coloco, em primeiro lugar, a homogeneidade do carácter nacional, cuja acção integradora consiste em nacionalizar todos os fenómenos importados do estrangeiro. Refiro,em segundo lugar, a coordenação das forças sociais e, em terceiro, a sociabilização das forças individuais, até porque considero que a decadência artística e literária é o fenómeno mais representativo da decadência essencial de uma nação".
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A nação deve ser entendida como um conceito puramente místico, como um meio de criar uma civilização, como um organismo capaz de progresso e de civilização. Porque a nação sendo uma realidade social não o é material. É mais um tronco do que uma raiz. O Indivíduo e a Humanidade são lugares, a nação o caminho entre eles. A Nação é a escola presente para a Super-Nação futura.
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Sendo a nação o instrumento de uma Humanidade superior, não posso subscrever o "tudo pela nação, nada contra a nação". Pelo contrário, devemos invocar o "tudo pela humanidade, nada contra a nação. Até porque o Estado é simplesmente a maneira de a Nação se administrar: rigorosamente, não é uma coisa, mas um processo.
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Para mim, o critério moral é absoluto, o critério político, ou cívico, é relativo. O Estado está cima do cidadão, mas o Homem está cima do Estado. Nenhum Estado, nenhum Imperador, nenhuma lei humana podem obrigar o indivíduo a proceder contra a sua consciência, isto é, contra a salvação da sua alma. O inferior não pode obrigar o superior. E
1.A Civilização está acima da Pátria.
2.O Indivíduo vale mais do que o Estado.
3.A Cultura vale mais do a Disciplina.
Logo, toda a teoria deve ser feita para poder ser posta em prática, e toda a prática deve obedecer a uma teoria. Só os espíritos superficiais desligam a teoria da prática, não olhando a que a teoria não é senão uma teoria da prática, e a prática não é senão a prática de uma teoria.
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