Por favor, onde fica o exílio?
Com as eleições à porta, já me informei, já avaliei o realismo das promessas e a justeza das propostas, já ajuizei da credibilidade e da competência dos protagonistas políticos, e vou escolher de acordo com o que considero melhor para Portugal. Sei que o meu Presidente teve de enfrentar uma sucessão imprevista de crises governamentais para assegurar, por todos os meios constitucionais, o máximo de estabilidade política e institucional. E que o fez tendo em conta o interesse nacional, em nome da necessidade de responder à preocupante situação económica e orçamental, que é estrutural e ameaça condicionar duradouramente o nosso desenvolvimento (transcrição quase integral das salobras palavras de Sampaio na sua mensagem de ano novo que não ouvi em antecipação, ou em directo, nem foi preciso, depois de atentar no consenso interpretativo que delas fizeram o PSD e o PS).
Mas também sei que só uma maioria absoluta assegura condições de trabalho ao novo Governo. Precisamos de governos estáveis. E o próximo, dada a situação do país, terá que ser um governo que se veja a si próprio como de salvação nacional (transcrição das salgadas palavras de Soares, em entrevista a El Pais). Porque ninguém em Portugal ignora a personalidade errática de Santana Lopes. Politicamente, revelou não ter consistência. O seu Executivo foi uma equipa à deriva, sem direcção, sem coesão. Não tinha um projecto (continuo a citar Soares).
Vale-nos o que diz um publicitário brasileiro ao jornal A Capital: o tempo é curto para Santana Lopes recuperar a imagem, prevendo que o PSD faça uma campanha agressiva e avisando José Sócrates que falar mal de Santana Lopes é chover no molhado, pelo que tem de apresentar propostas concretas. O dito não se chama Frota nem Lagarto, nem ganhou o concurso de ideias para fazer as campanhas de Santana, Sócrates ou Portas. Vale-nos que Manuel Monteiro considera que, com serenidade, deveríamos ponderar a possibilidade de independência para a Madeira, face à forma quase ofensiva como a liderança política da Madeira trata a República.
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