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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

11.1.05

Quando os cães mordem a caravana não passa



Batem-me ao mail algumas mensagens e muitas imagens que outros inventaram e que muitos boatizam e, delas, quase sempre, não deixo rasto. Certas vezes, apetece divulgá-las, quando me parecem inéditas, mas, quanto a outras restrinjome, ora porque já foram divulgadas em conhecidos blogues, ora porque foram criadas e não sei o nome do autor. Não é o caso da imagem que hoje divulgo, vinda do Alerta Amarelo, da autoria de Luís Lima. Sem comentários.

Comentários apenas me merece o boato, em forma de notícia opinativa, publicado num portal brasileiro, cuja direcção não indico, onde se transforma em frase escrita a emissão dos dejectos bocais que têm inundado o "bas fond" da capital, sobre a eventual vida privada de um dos líderes políticos em campanha. Aconselho quem o recebeu a não o reencaminhar, porque assim ajudará as caravanas a morder.

Eu, pelo menos, conheço aquela poderosa máquina dos caixeiros viajantes de dos delegados de propaganda partidária que, oriundos dos moscas da Inquisição, dos formigas brancas e da bufaria pidesca, ainda se movimentam, com ar de contínuos do "jet set". São os mesmos que quiseram transformar o avô bochechas naquilo que ele nunca foi em termos de orientação sexual, nos primeiros tempos do PREC. Os mesmos que, durante o CDS de Lucas Pires, apelaram aos mais rasteiros instintos racistas, só porque aquele partido apresentou africanos de pele bem morena no respectivo tempo de antena.

Os mesmos que levaram à notícia que hoje é publicada no jornal "Comércio do Porto": jornalista Alfredo Barbosa acusa administração da Rádio Festival de saneamento político, porque o mesmo, depois de ter comunicado ao gestor que João Almeida Garrett iria ser o entrevistado, um administrador informou-o que aquela seria a última emissão do referido programa. O mesmo administrador terá acrescentado que "Independentemente" continuaria diariamente no ar e que pretendia reunir com Barbosa na próxima quarta-feira. O jornalista não desmente que na base da sua "liquidação", como referiu, podem estar as declarações "abrasivas" de Garrett no domingo. "Apesar de ser um entrevistador, sou inconveniente porque dou voz a pessoas que não têm oportunidade de falar", acrescentou.