Um manicómio em autogestão
Lemos hoje um interessante manifesto, dito Os palhaços. Podia ter sido escrito por um desses gestores do manicómio em auto-gestão, nos tempos do PREC, ou por um ressacado dos primeiros tempos da pós-revolução. Até poderia servir para Estaline lançar a campanha contra os kulaks ou para um qualquer general do nacional-populismo encher os estádios com opositores. Porque quem fala assim necessita de uma profunda reciclagem democrática. Como dizia Alain, se o poder enlouquece, o poder absoluto enlouquece absolutamente. O artista é um dos mais destacados hierarcas do PSD e qualquer analista psiquiátrico sugeriria que ele passasse uma temporada em descanso. Por nós, não fazemos tal convite, porque sabemos que ele não diz aquilo que pensa, apenas apela ao ódio da respectiva jagunçada, num tique claramente totalitário. Transcrevemos o artigo, substituindo as expressões derivadas de região e autonomia, por país e nação. E ilustramos a peça com excertos de pictóricos manicómios.
Quem haveria de dizer que, em pleno ano ..., a bipolarização política, nesta república das bananas, atingiria o ponto matemático? De um lado, os s..., do outro, todos. Desde a extrema-... tonta, reaccionária, reles e vingativa — ah!, o passado com que eles sonharam… — uns ricaços fascistas que só pensam em dinheiro; conhecidos tarados, frustrados e complexados «da nossa praça»; um jornalismo, politizado e analfabeto; e, a reboque, os pobres Partidos da Oposição.
Mas é uma raiva levada a um extremo patológico tal, em que todos já perderam a noção das consequências para o país — e sobretudo para alguns deles — em que «senhorios» da extrema-... local, boçal e inculta, se beijam com «colonos» fascistas, sob a bênção de uns pulhas oportunistas.
Estes palhaços até nos dariam divertimento pleno — porque, incluso, caíram na estratégia montada para a bipolarização nacional — e, quando exagerando nalgum mau gosto, nada que um puxão de orelhas não fizesse a reposição da ópera bufa.
Porém, como todos os loucos obsessivos, entraram por caminhos de perigosidade. Insultam, levantam suspeições covardes sem concretizar o alvo, mentem a coberto do abuso consentido de uma falsa «liberdade de imprensa», fazem ataques pessoais e familiares impunes, enxovalham o país, põem em causa a Honra de cada um.
Parece que sonham com uma espécie de «guerra civil» na nossa terra que, nem o Povo explorado por muitos deles, nem a Democracia, nem a Liberdade lhes consentirão.
Nem nós, apesar da ameaça do «eliminar».
Nem o país deixará de percorrer firmemente, o caminho a que se propõe nestes quatro anos.
Mas, para que não se lhes escarre na cara, se houver a infelicidade de com eles cruzar na rua, aqui fica o desafio. De uma vez por todas, até porque todos temos de trabalhar muito, tenham a coragem de dizer quem são os corruptos e os corruptores, quando, onde e como.
E deixem-se de «queixinhas» maricadas, covardes e sem conteúdo, ou da vergonha, também covarde, das cartas anónimas.
Em Portugal, no ano de 2005, um opositor, para este alto membro do nosso Conselho de Estado ainda é:
tonto
reaccionário
reles
vingativo
ricaço fascista
conhecido tarado
frustrado
complexado
politizado
analfabeto
puxado a reboque
raivoso
patológico
adepto dos senhorios
boçal
inculto
colonialista
pulha
oportunista
palhaço
louco obsessivo
dotado de perigosidade
covarde
mentiroso
explorador
queixinhas
incompetente
inculto
parvo
Como uma das vítimas de tais serenas palavras da Razão de Estado é o meu antigo aluno Baltazar Aguiar, daqui lhe lanço toda a minha solidariedade. Confirmo que tão alto conselheiro de Estado deve ter escrito o artigo de fundo em plena sobriedade, antes mesmo de acusar o Baltazar de, ao candidatar-se a deputado, estar a dividir a direita, a trair a região e a penetrar na zona da anti-nação. Se o GULAG existisse, até quem tem o nome de rei mago não estaria livre de internamento psiquiátrico. Mas com ele iríamos nós todos. Só falta introduzir o regime dos safanões a tempo e definitivizar tal provisório das medidas de segurança.
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