O mandato do questionar. De M. Teresa Bracinha Vieira
Assiste-se com regularidade excessiva a que os seres da política e seus eternos candidatos, centrem na sua vontade a outorga de um direito de posse do mundo que identificam ser o turbilhão no qual se irão movimentar, disseminando sementes aqui e ali, que irão ser colhidas por quem aceita a condição trágica de ser o servo do servo de uma gleba usurpada.
Não se vislumbra o aproximar entre homem e mundo, na medida em que o mundo surge-lhes tão só, como, e enquanto, representação da sua exclusiva vontade.
O processo do conhecimento de uma causa, não se inicia dentro destes seres do eu-conquistador, porquanto não se coloca interiormente o mandato do questionar.Ignoram-se as essências, tal como se despreza que o acto político implique o nascimento de um fruto histórico. Na verdade, tudo é redutor ao minuto seguinte que se esgota em intervalos do nada.
A tudo isto, acresce que não há condições para a libertação e para a dignificação do homem. Não existem causas que consolidem o apetite pelas lutas justas.
Assim o mundo do político tem estreitas relações de parentesco com os mundos fragmentados e, necessariamente alheios a um ventre mátrio, suporte de raiz a qualquer ideia que consubstancie, ao menos, a tentativa de uma passagem que negue o nacional-populismo básico.
Não se vislumbra nenhuma atenção a esta estranha sociedade inacabada, a não ser aquela que conduz a que um conceito de Estado, se identifique, como sinónimo de um centro, que exerce as funções de um Estado de sucesso, colonizado de vácuos até às entranhas, que afinal se apega ao conceito de uma jihad travesti.
O evolucionismo corporativo e a hierarquia de supostos clãs, restaura e instala a restauração dominante de um reino incaracterístico e pardo, portador de uma bibliografia que se aconselha, para que assim se não viole a autarcia vigente, que exerce a pilotagem da vida dos seres que a ela se amansam.
Não se perca, pois, o tempo com estudos comparados sobre a actual crise e crises anteriores. Verdadeiramente promissor, seria o enveredar por diferente trajectória.
M. TERESA BRACINHA VIEIRA
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