Quem tem boca não precisa de ir a Roma, insulta os romanos
Certos narcisismos catedráticos sofrem daquela doença da rolhice ou da procura da equidistância unanimista, onde, à direita e à esquerda, há sempre candidatos ao paradigmaTalleyrand, meio-bispo, meio-ministro, mas que, contudo, tanto não chegam a cardeal como não atingem a dimensão de grão-mestre.
Eles são os eternos reitores por cumprir, teoricizando humanices, mas onde, na prática, a teoria é outra. Até julgam, muito negligentemente, que se podem eliminar registos da história e que a barragem de fabricação de imagem e de manipulação engenheiral da sedução nos pode apagar a verdade. Como se todos tivessemos que ser unidimensionalizados pela obediência do reverencial temor, face a essa iluminação solar do egotismo. Só que nem todos somos estúpidos e alguns até conseguem chamar pelos nomes os bois do despotismo, pelo que a impunidade pode não durar para sempre.
Pobres desses pretensos divinais, só porque passeiam o pára-raios da respectiva influência predadora que continua a misturar o servilismo com o cardinalício laico. Mas não passam de homens de ódios e de vindictas que sempre aceitaram o prato de um qualquer trono gerador de lentilhas. Afinal, não passam de doutos troca-tintas que sempre aclamaram os vencedores, desde que estes os premiassem com uma condecoração de lata, ou uma prebenda, de preferência, convertível em metálico.
Alguns, em nome da pose, continuam a exercer a respectiva actividade quaotidiana de venda da ideologia, sobretudo neste país de bonzos, onde quem tem boca não vai a Roma, mas vive de insultar Roma e os romanos, perante jovens embasbacados que receberam a programação dos livros únicos da chamada educação para tratarem os ditos cujos como monstros sagrados do vira o disco e toca o mesmo.
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