a Sobre o tempo que passa: Lidar com o imprevisto...

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

2.9.05

Lidar com o imprevisto...



Qualquer especialista em coisas políticas e sociais que vá além da mera engenharia de conceitos sabe, daquela ciência certa, sem poder absoluto, a que se chamava sabedoria, que só sabe que nada sabe. Isto é, que todo o mundo é composto de mudança e que o lume da razão tem de ser compensado pelo lume da profecia. Por outras palavras, sem vudu, falso esoterismo ou outras crendices, importa lidar com o imprevisto...

Um tal "Katrina" foi o suficiente para que se demonstrasse o irrealismo dos pretensos realistas que não parecem ser capazes de enterrar os mortos nem de cuidar dos vivos.

Tal como se demonstrou o total falhanço de todos os engenheiros, especialmente os engenheiros políticos e sociais, dado que o tal furacão acabou por ser mais complexo do que um ataque de terroristas a dois arranha-céus.

O que aconteceu na foz do Mississipi podia ter sucedido com um terramoto em Lisboa. Apenas demonstra como o imprevisto pode ser pior do que aquele efeito de simples bater de asas de uma borboleta em Pequim que produziu um ciclone na Amazónia. Deus é grande!