Patos bravos e casas mortuárias, lisboetões e portões...
Se alguém tinha dúvidas quanto à patobravização dos nossos meandros politiqueiros, basta reparar naquilo que Paulo Morais, até agora vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, liderada por Rui Rio, denuncia esta quinta-feira quanto aos «negócios imobiliários que financiam dirigentes, campanhas e partidos», em entrevista concedida à revista Visão. O vereador com a tutela do Urbanismo da segunda maior cidade do país revela pressões sobre os pelouros que gerem os espaços urbanos, transformados em «coveiros da democracia».
Nas suas palavras, escreve a Visão, mora um regime podre. Paulo Morais acusa os partidos de serem as «casas mortuárias» do regime democrático e denuncia: «Fui pressionado por membros do actual e dos anteriores governos» para aprovar projectos imobiliários. Mas, garante, fez «tudo para que, no Porto, neste mandato, a história fosse outra». O autarca não tem dúvidas em apontar o dedo aos promotores imobiliários e aos empreiteiros, «os maiores financiadores das campanhas»: «O financiamento da carreira política daqueles que tomam decisões ao nível do aparelho de Estado é feito por quem tem interesse directo nas decisões.»
Depois do mensalão e do lisboetão, chega a vez do portão, como poderíamos falar do oeirão, do cascalão, do amadorão, do sintrão, do matosinhão, do bragão, do felgueirão, do gondomarão, do marcão, etc. Espero, dentro em breve, poder ler uma entrevista do vereador do PSD de Lisboa, Moreira Marques sobre outros eventuais meandros relacionados com o respectivo afastamento, depois de convidado por Carmona Rodrigues e antes da emergência de Paula Teixeira da Cruz. Espero que os pretensos guardadores do sindicato autárquico não continuem a lavar as mãos como Pilatos, exigindo que os corajosos denunciadores da face oculta da política autárquica façam denúncias à Polícia Judiciária...
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