a Sobre o tempo que passa: Não há democracia sem soldados, não há política sem democracia, não há democracia sem pátria.

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

18.11.05

Não há democracia sem soldados, não há política sem democracia, não há democracia sem pátria.



No momento em que tomamos conhecimento da morte de um soldado português na guerra da grande coligação internacional contra o terrorismo, no Afeganistão, importa recordar o discurso de Péricles em 430 a.C., considerado o discurso fundador da democracia ocidental e proferido precisamente em homenagem aos soldados mortos pela pátria. Numa democracia onde não estávamos habituados à dimensão da tragédia, importa reconhecermos em solidariedade a memória desse soldado morto ao serviço da nossa comunidade política, sem cairmos nas habituais tentações das cobardes carpideiras. Não há democracia sem soldados, não há política sem democracia, não há democracia sem pátria.


“Temos um sistema político... que se chama democracia, pois se trata de um regime concebido, não para uma minoria, mas para as massas. Em virtude das leis (...), todas as pessoas são cidadãos iguais. Por outro lado, é conforme a consideração de que goza em tal ou tal domínio que cada um é preferido para a gestão dos nossos negócios públicos, menos por causa da sua classe social do que pelo seu mérito. E nada importa a pobreza: se alguém pode prestar serviço à comunidade, não é disso impedido pela obscuridade de sua categoria. É como homens livres que administramos a polis... ”