Conversando com o mestre...
Mestre Agostinho, ao analisar o nosso fim do ciclo do Império já dizia que, pode ser Portugal a morrer como metrópole e a renascer como comunidade livre, já que dominar os outros é a pior forma de prisão que ter se pode. Porque, Portugal, ao contrário do que tantos dizem, não diminuiu, antes se multiplicou, dado que libertando os que mantinha sob o seu domínio, reconhecendo-lhes independência para a vida, renasce em Pátrias. Porque o que Portugal foi tem servido para que Portugal não seja, pois a ilusão portuguesa de império terrestre acabou por ser subvertida pela sorte do capitalismo industrial. Porque Portugal, impelido ainda pelo seu afã de mar e sentindo no mar a verdadeira garantia de independência chega, porém, a África, parasitado pela economia europeia e, já, euro-americana.
Acrescentava até que agora Portugal é todo o território de lingua portuguesa. Os brasileiros lhe poderão chamar Brasil e os moçambicanos lhe poderão chamar Moçambique. É uma Pátria estendida a todos os homens, aquilo que Fernando Pessoa julgou ser a sua Pátria: a língua portuguesa. Agora é essa a Pátria de todos nós.
Para ele, a ciência e o racional só servem para chegar às fronteiras do irracional, para mais nada. Porque depois de um sujeito estudar toda a física e toda a Matemática que é possível, chega àquilo que considera o fim e vai chocar no mistério.
Até porque falta uma realidade mais alta, aquela que nos permite efectivamente fazer do mar, o mar sem fim, aquela que se comporia do que melhor tiveram Ocidente e Oriente, uniria Cristo e Lao-Tseu e nos daria, num eterno sendo e vir a ser, aquele Espírito Santo que á a fusão perfeita do Todo e do seu Nada. Assim educar a nação não é para mim metê-la em molde algum, mas deixar que plenamente viva cada um dos indivíduos que nela existem.
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