Os cueiros de Freitas e os vomitantes cheiros do revisionismo histórico
Hoje se recorda que, nesta data de 1832, começou o governo da regência de D. Pedro, a partir das ilhas açorianas, onde emerge a figura reformadora de Mouzinho da Silveira, cujo primeiro decreto será já emitido em 7 de Março. Outra efeméride, mais triste, é a 1915, quando se dá a primeira revolta dos abastecimentos, provocada pela economia de guerra, quando havia quatro anos e meio de novo regime que, em vez do prometido bacalhau a pataco, acabou por ter como circunstâncias a fome, a peste e a guerra, bem como as aparições de Fátima e alguns magnicídios. Finalmente, assinale-se coisa mais próxima, do ano de 1979, quando os ex-GIS aderiram ao PS, quando Mário Soares consegue integrar no partido que fundara em 1973, nos arredores de Bona e sob os auspícios de Willy Brandt, personalidades hoje tão conhecidas como João Cravinho e Jorge Sampaio.
Nessa altura, o fundador do CDS, que ainda não era ministro dos estrangeiros de um governo do PS, já não andava de calções e até mantinha boas relações com Jonas Savimbi e a UNITA. Ao que parece, ontem, no dia 2 de Março de 2006, houve uma cena típica de lavar da roupa suja dos congressos do CDS/PP, quando o ex-militante da organização sentiu ciúmes de Savimbi, acusando Telmo Correia de não o respeitar, porque teria sido graças a Freitas que ele, Telmo, tinha liberdade, mas que ele, Telmo, não podia recordar-se de tal, porque ainda andaria de cueiros e não respeitava a memória do fundador do partido, de cuja bancada é, precisamente, o deputado mais ancião.
O azedume pouco diplomático de quem se candidata a pai da democracia, depois da derrota e consequente retirada de Mário Soares e da colocação de Eanes por trás das cortinas do futuro palácio presidencial de Cavaco apenas nos faz recordar a conhecida reunião de Alvalade dos jovens marcelistas, no preciso dia 25 de Abril de 1974, onde se teria combinada a participação de Freitas tanto na ANP como no cargo de ministro da justiça do governo presidido pelo catedrático de quem era sebenteiro de estimação. Para informações adicionais sobre o evento, poderão consultar-se as memórias de José Luís Nogueira de Brito, Basílio Horta ou Silva Pinto, dado que Adriano Moreira não prestará memórias adequadas sobre a matéria, apesar de ter estado para ser fundador do CDS, juntamente com Veiga Simão e Sousa Franco, quando os homens da SEDES já estavam de candeias às avessas com o marcelismo e uma nova SEDES, inspirada pelo freitismo estava prestes a reforçar o regime.
<< Home