Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...
• Bicadas recentes
Estes "breves aforismos conspiradores, sofridos neste exílio interno, lá para os lados de São Julião da Ericeira, de costas para a Corte e com os sonhos postos no Atlântico..." começaram a ser editados em Setembro de 2004, retomando o blogue "Pela Santa Liberdade", nascido em Maio de 2003, por quem sempre se assumiu como "um tradicionalista que detesta os reaccionários", e que "para ser de direita, tem de assumir-se como um radical do centro. Um liberal liberdadeiro deve ser libertacionista para servir a justiça. Tal como um nacionalista que assuma a armilar tem de ser mais universalista do que soberanista". Passam, depois, a assumir-se como "Postais conspiradores, emitidos da praia da Junqueira, no antigo município de Belém, de que foi presidente da câmara Alexandre Herculano, ainda de costas para a Corte e com os sonhos postos no Atlântico, nesta varanda voltada para o Tejo". Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
Este portal é pago pela minha bolsa privada e visa apenas ajudar os meus aluno. Não tive, nem pedi, qualquer ajuda à subsidiocracia europeia ou estatal
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Os democratistas com medo do povo e os presidencialismos plebiscitários e populistas...
Dia 28 de Abril de 2006, quando vivemos em plenitude democrática e de sufrágio universal, para presidente, parlamento nacional, parlamentos regionais e autarquias locais e quando importa recordar que, neste dia, do ano de 1918, o malogradao ciclo sidonista da I República, retomando o sufragismo regenerador da monarquia liberal, tentava dar voz ao povo, na 48ª eleição parlamentar e na primeira eleição de um presidente directamente pelo povo. E Sidónio Pais, infelizmente, o único candidato tem 513 958 votantes em cerca de 900 000 eleitores, cerca de 69%.
Nas anteriores eleições parlamentares de 1915, para uns restritos 471 557 eleitores, tinha apenas havido 282 387 votantes. 163 deputados, com vitória esmagadora dos afonsistas: 63% dos votantes no continente e 55% nas ilhas, mas apenas 176 939 votos. Tal como nas posteriores eleições de 1919, já no pós-sidonismo, com cerca de 500 000 eleitores e 300 000 votantes. Porque os que mais nome de democratas tinham, menos gostavam da expressão directa da voz popular.
Tal como em plena ditadura nacional de 1928, Carmona vai ser eleito directamente presidente, ainda como candidato único, mas com cerca de setecentos mil votos, assim se demonstrando que uma ditadura plebiscitária e populista podia ser mais populista do que o censitário democratista que tinha medo do povo dos cavadores de enxada, reflectindo o drama dos vanguardistas urbanos, herdeiros do cabralismo, sempre com receios da explosão revoltosa das patuleias em nome das santas liberdades.
E hoje, as efemérides continuam, recordando-se o assassinato de Mussolini, em 1945, e da criação do Partido Popular Europeu, em 1976, que tem hoje a participação portuguesa do PSD, mas que na altura da sua fundação ainda tinha como representante em Portugal o CDS freitista, dado que o então PPD bem gostaria de ir para a Internacional Socialista, numa pretensão que sempre o PS soarista sempre decapitou.
Duas notas pessoais, para a minha intervenção no semanário "O Independente" de hoje, comentando o discurso de Cavaco, na sequência da entrevista que também dei a "O Diabo" desta semana sobre a matéria. Por essa e por outras é que parto amanhã para a Madeira, para uma intervenção numa iniciativa reflexiva do partido de Alberto João Jardim, político que tenho criticado vivamente, tanto neste blogue como noutras intervenções públicas, mas que teve a galhardia que me convidar para repetir o que sempre tenho dito e direi. Malhas que o sidonismo continua a tecer...
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