Os democratistas com medo do povo e os presidencialismos plebiscitários e populistas...
Nas anteriores eleições parlamentares de 1915, para uns restritos 471 557 eleitores, tinha apenas havido 282 387 votantes. 163 deputados, com vitória esmagadora dos afonsistas: 63% dos votantes no continente e 55% nas ilhas, mas apenas 176 939 votos. Tal como nas posteriores eleições de 1919, já no pós-sidonismo, com cerca de 500 000 eleitores e 300 000 votantes. Porque os que mais nome de democratas tinham, menos gostavam da expressão directa da voz popular.
Tal como em plena ditadura nacional de 1928, Carmona vai ser eleito directamente presidente, ainda como candidato único, mas com cerca de setecentos mil votos, assim se demonstrando que uma ditadura plebiscitária e populista podia ser mais populista do que o censitário democratista que tinha medo do povo dos cavadores de enxada, reflectindo o drama dos vanguardistas urbanos, herdeiros do cabralismo, sempre com receios da explosão revoltosa das patuleias em nome das santas liberdades.
E hoje, as efemérides continuam, recordando-se o assassinato de Mussolini, em 1945, e da criação do Partido Popular Europeu, em 1976, que tem hoje a participação portuguesa do PSD, mas que na altura da sua fundação ainda tinha como representante em Portugal o CDS freitista, dado que o então PPD bem gostaria de ir para a Internacional Socialista, numa pretensão que sempre o PS soarista sempre decapitou.
Duas notas pessoais, para a minha intervenção no semanário "O Independente" de hoje, comentando o discurso de Cavaco, na sequência da entrevista que também dei a "O Diabo" desta semana sobre a matéria. Por essa e por outras é que parto amanhã para a Madeira, para uma intervenção numa iniciativa reflexiva do partido de Alberto João Jardim, político que tenho criticado vivamente, tanto neste blogue como noutras intervenções públicas, mas que teve a galhardia que me convidar para repetir o que sempre tenho dito e direi. Malhas que o sidonismo continua a tecer...
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