a Sobre o tempo que passa: Tomás e depois do adeus

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

24.4.06

Tomás e depois do adeus

Dia 24 de Abril, quando em 1970 a China de Pequim tratou de lançar o primeiro satélite artificial, pouco tenho marcado na minha agenda sobre o dia. Porque ontem, domingo, apetecia recordar o sismo de Benavente, de 1909, e a criação da colónia penal do Tarrafal, de 1936.

Porque, no primeiro dia do ano de 1974, tudo se passou como em iguais dias dos anos imediatamente anteriores, segundo observação de Américo Tomás, nas suas memórias.

Assim, o mesmo ex-venerando chefe de Estado iniciou às 22 horas do dia 24 de Abril a última visita oficial, à Feira das Indústrias. 55 minutos depois, começava a transmitir-se a senha para o desencadear do movimento através dos Emissores Associados de Lisboa: a canção de Paulo de Carvalho E depois do adeus.