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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

18.4.06

Viva Antero de Quental, morreu Carmona e tudo esquecemos porque hoje é dia da CECA, que é carvão mais aço



Acordo, preparo os papéis para a conferência que, logo às três da tarde, irei proferir na Comissão de Ética da Assembleia da República, sobre "Estado de Direito e Moralização da Política", dedicando-a a Miguel Reale (1910-2006), talvez o mais insigne dos jusfilósofos lusíadas do século XX, com participação cibernáutica de assinalar, e noto as efemérides quentes do dia de hoje.

Começo pelo nascimento de Antero de Quental, em 1842, no ano do golpe de Costa Cabral, reparo na morte do general Óscar Fragoso Carmona, em 1951, assinalo o golpe dos generais de 1925, que quase derrubaram a I República e tomo nota da tomada do poder por Nasser, em 1954, mas no Egipto, iniciando um regime que, apesar de ter sido fundador do movimento dos não-alinhados, até os estatutos da União Nacional salazarenta importou.

E para compor o ramalhete, nada melhor do que ser verdadeiramente europeu e saudar a assinatura do Tratado de Paris que instituiu a CECA, a primeira das comunidades europeias, desta recente história da construção do projecto europeu.