Rousseau, Sérgio, Deutsch, Weil e Opções Inadiáveis
Claro que, sobre o autor, apenas repito o que, dele, foi vislumbrado por autores como o português António Sérgio, por politólogos como Karl Deutsch ou por filósofos como Eric Weil. Apenas noto que a subtil distinção que faz entre a vontade geral e a vontade de todos, é equivalente às categorias suarezistas da vontade como universal e à vontade como singular, nesse exercício onde o próprio jesuíta da neo-escolástica peninsular permitiu a conciliação com o imperativo categórico de Kant. Refazer guerras civis ideológicas por causa do nosso pai comum da civilização demoliberal é quase equivalente às teses que distintos membros deste governo emitiram quanto a Platão, considerando-o pai do totalitarismo comunista. Por causa destas e doutras é que continuaria a desembarcar na praia do Mindelo, sob a bandeira azul e branca da liberdade.
Com efeito, parcas são as memórias assinalar na data de hoje, onde apenas importa referir o aparecimento em 1978 do grupo "Opções Inadiáveis", uma quase dissidência do PSD que se assume como não seguidista face à acutilância anti-sistémica de Sá Carneiro. Na altura, José Miguel Júdice, ainda não liberto totalmente da nebulosa criativa do espaço dito nacional-revolucionário, que glosava José António Primo de Rivera, também editava Portugal à Deriva, nas edições do Templo, dirigidas por Luís Sá Cunha e José Valle de Figueiredo. Estávamos na véspera do VI Congresso do PSD no cinema Roma em Lisboa (dia 1 e 2 de Julho), com o regresso de Sá Carneiro à liderança, mas quando o grupo das Opções Inadiáveis mantinha a maioria do grupo parlamentar. Nas eleições para o Conselho Nacional, os sá-carneiristas conseguem 21 lugares contra 9 da oposição, liderada por Francisco Pinto Balsemão e Ferreira Júnior. Mas, sob a alçada de Sá Carneiro, regressa ao partido Carlos Macedo, dissidente de Aveiro, e entram como militantes, entre outros, Natália Correia, Dórdio Guimarães e Luís Fontoura.
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