Foi golo, fomos roubados
Nos diários políticos de hoje destaca-se o lance mais polémico das eleições de ontem, indicando que o árbitro governamental não validou um golo ao Partido Socialista, apesar de o presidente do CDS ter defendido uma bola já para lá da linha de golo.
"Foi golo", escreve em letras gordas "O Pontapé", que ilustra toda a primeira página com duas fotografias do acto eleitoral, uma das quais a partir das imagens comicieiras, para sustentar que "Paulo Portas tira bola de dentro da baliza ao minuto 79, mas árbitro não valida golo". "Eleições manchadas por erros de arbitragem", escreve ainda o jornal.
Já o jornal "O Lance" minimiza a polémica, dando apenas conta numa pequena caixa das reclamações dos "sociais-democratas" - nomeadamente do presidente do partido ("Fomos espoliados") e do responsável da politiquice governamental Nuno Morais Sarmento "(Foi um roubo, isto não vai ficar assim! Quando disse a anedota dos alentejanos estava a fazer ficção").
A "clássica" da Madeira rivaliza com as dos Açores nas primeiras páginas dos jornais generalistas, que também destacam a polémica em torno da arbitragem.
"O Lisboeta" questiona mesmo em manchete "Poderia o PSD ter ganho este jogo?", dando conta de "revolta entre jogadores, dirigentes e adeptos contra a liderança de Pedro Santana Lopes".
Também o "Costela Portuense" ilustra o tema com uma fotografia do lance mais polémico das eleições e escreve "Portas arrepende-se de criticar Jardim".
Qualquer semelhança entre o texto emitido e as actuais circunstâncias não é apenas coincidência. A história constitui, na verdade, o género literário mais próximo da ficção. E quando se repete tanto redunda em tragédia como na presente comédia.
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