Contas de partidos, vendas directas e sifões
A partidocracia no seu melhor... Ser da oposição, em Portugal, dá prejuízo. É uma conclusão que se pode tirar do relatório do Tribunal Constitucional (TC) sobre as contas dos partidos referentes a 2002, que ontem foi publicado em Diário da República. O líder do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou ontem que se nas próximas legislativas o PSD e o PP tiverem, juntos, mais votos do que o PS, mesmo que este seja o mais votado, devem ser os dois partidos a formar Governo». Porque coligação nas Europeias e Açores «correu mal». O ponto 3. e último do lacónico acordo de descoligação entre PSD e CDS, que estipula que nenhum dos partidos viabilizará um Governo PS, é uma admissão antecipada e politicamente insólita da derrota eleitoral que a ambos parece inevitável (Lima, Expresso). Guilherme Silva acrescenta: «Se não conseguirmos formar maioria, vamos estar os dois coligados na oposição. E cultivar a bipolarização em cada um dos lados da trincheira» (G. Silva).
Os estertores da governança: o Ministério das Finanças decidiu ceder temporariamente o direito de exploração de alguns imóveis do Estado, em detrimento da venda directa, uma vez que o actual Governo é de gestão, informou ontem o gabinete do ministro. Mas "operação» imóveis em risco de ser chumbada em Bruxelas. Já secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, Paulo Pereira Coelho afirmou, numa sessão pública, sentir-se "envergonhado" com o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, considerando que este não tem qualquer "estudo criterioso para saber que dispositivo, que ameaças, que riscos existem em Portugal e com que meios os pode combater" (dos jornais).
A Madeira é um jardim...com espinhos: o líder do PS do Funchal começou por criticar o discurso de quase duas horas proferido por João Jardim, e que marcou a abertura dos trabalhos parlamentares, catalogando-o de «intervenção irrealista» e «própria para adormecer um rinocerontes». Jaime Ramos saltou a palavra e dos «cornos» se fez debate. Interrompido por vários àpartes do presidente do governo, Alberto João Jardim, quando interpelava o vice-presidente do governo, Jacinto Serrão lembrou a Jardim que, na véspera, ouvira em silêncio o seu discurso de duas horas e meia, tão longo que, disse, faria "adormecer rinocerontes". A este comentário reagiu energicamente Jaime Ramos que endereçou ao presidente socialista os epítetos de "rinoceronte", "gatuno" e "burro". O deputado socialista ripostou advertindo Ramos a não entrar pelo "caminho da zoologia". Depois acusou o líder da bancada social-democrata de chegar a "milionário ao fim de dez anos", quando antes era "vendedor de sifões de retretes". "Onde arranjaste o dinheiro?", questionou (dos jornais).
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