Belém humilha seis milhões de portugueses

Manhã de segunda-feira, antes de Santana conversar com Sampaio, eis que eu, um pobre lusitano, sem os dons oraculares de certos psicopatas, especialistas nos prognósticos depois do fim do jogo, vou lendo a jornalada e descobrindo que, entre o PSD e o CDS, há dois acordos secretos: um se o PSD vencer as eleições e um pacto de não agressão durante a campanha eleitoral. Mas, a CNN, que é coisa de norte-americanos, tece um cenário negro sobre a crise política portuguesa: «Portugal, já a braços com um alarmante declínio económico, mergulhou mais fundo na crise quando o governo conservador demitiu-se depois do Presidente ter dissolvido o Parlamento no dia anterior». Desassombradas são também as afirmações do velho e sábio Gonçalo Ribeiro Telles: «Deixem estar a AD sossegadinha... não criem um embuste». Este velho fundador da AD, segundo fontes do PSD, não passa de "um frustradinho militante do MPT que nunca gostou do Nuno da Câmara Pereira". Também Diogo Freitas do Amaral, outro fundador da AD, ameaça rebentar com a barracada que se anuncia, tal como os reformadores que restam, de António Barreto a Medeiros Ferreira. A mesma fonte do PSD assinala: "o que é essa canalha comparada com a lucidez política de Conceição Monteiro?".



Noutro jornal, pode obter-se a seguinte parangona: Santana admitiu abandonar cargo e passar a pasta a Álvaro Barreto, mas foi travado por Morais Sarmento e Portas. E noutro: Artur Santos Silva é o nome desejado pelo PS para ministro das Finanças. A CNN insiste: «Esta situação vai levar a uma paralisação política que Portugal, uma das nações mais pobres da União Europeia, não está em condições para aguentar». Num jornal económico, informa-se que o Compromisso Portugal está a fazer contactos informais com os partidos políticos para lhes fazer chegar as suas propostas para uma política de governação, mas não está disponível para integrar a plataforma eleitoral que o PSD está a formar para se apresentar a eleições. Já a Unidade de Investigação Económica (EIU) do grupo Economist considerou numa análise à situação económica e política em Portugal que o primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, «não conseguiu estabelecer uma autoridade política e falta orientação ao seu Governo».



Por seu lado o jornal El Mundo noticia a demissão do Executivo de Santana Lopes na sua primeira página e refere a comparação que o líder do Executivo fez ontem: «O primeiro-ministro comparou Portugal com outros países de Europa e mencionou que a vizinha "Espanha teve quatro governos em 28 anos, enquanto Portugal teve 16 no mesmo período de tempo". Triste, trsite é o Benfica ter sido goleado pelo Belenenses por 4-1, demonstrando total falta de recursos para discutir o resultado com a equipa do Restelo e dando sinais claros de que cada vez menos é candidato ao título da SuperLiga de futebol.