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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

15.12.04

Contra a ditadura do "status quo"


O famoso Jaguar depois de ir ao fundo, é retirado das águas chocas

Aceitamos a actual situação política como um facto... mas estamos convencidos que os problemas que o País sente não se resumem à presente crise política; esta é, talvez e apenas, o seu efeito e um dos seus sintomas. E por isso a etapa democrática que agora começa não pode limitar-se a resolver uma crise política, mas deve enfrentar, com serenidade e lucidez, os problemas de fundo do país, apresentando para eles soluções credíveis e viáveis, a serem escolhidas pelo voto dos portugueses.


Paulo Portas aceita avançar com um referendo ao aborto, caso a direita saia vencedora das eleições de 20 de Fevereiro. Segundo apurou o DN junto de fontes da maioria, a estratégia foi articulada com Pedro Santana Lopes, nas negociações dos últimos dias, que culminaram ontem no anúncio (DN). Se isto é a direita, eu sou de extrema-esquerda.


Arrastado pelo parceiro, o abalroado é retirado com as pinças da coligação

A guerra vai ser de dossiers, com um bom plano media. Mais do que os tradicionais safanões e caneladas, será o vale tudo mesmo tirar olhos e muito de apontar à cabeça... "Temos o dossier do A, lançamo-lo no momento certo, ele não aguenta e tem de saltar, então avança o B, mas não tem estaleca e nós ganhamos...!" Para este tipo de raciocínio parece preparar-se um grande futuro... Lamentavelmente, a elevação do debate político exige elevação a todos os participantes e isso, como se sabe, agora não se verifica! Quem está neste ringue eleitoral vai defender-se e atacar não como os ideais da Democracia exigem mas apenas como sabe e pode! (Claro)


Curva perigosa, piso derrapante...

Temos assistido a um processo contínuo de sublinhar as divergências e as dificuldades, sem surgirem convergências em verdadeiros objectivos nacionais, que os partidos políticos parecem ter dificuldade em definir e propor. O progresso do País precisa do empenhamento generoso de todos, da renúncia a egoísmos pessoais ou grupais, da competência dos agentes económicos, culturais e sociais. É urgente criar uma onda de fundo de entusiasmo por Portugal, em que as legítimas diferenças se transformem em riqueza e não em obstáculo.


O Governo prepara-se para vender 65 imóveis por ajuste directo como forma de salvar as contas públicas de 2004, quando prometeu no Parlamento fazê-lo "preferencialmente por hasta pública". Após a venda, os serviços públicos que laboram nesses edifícios passarão a ser inquilinos e a pagar a respectiva renda (Público). Isto é, a crise política é cada vez mais uma questão de assoalhadas, de imobiliárias, de patos bravos e de donos da coisa.


Muita areia na engrenagem, travões a fundo...

Que ninguém se esconda por detrás de desculpas habituais: “estamos cansados dos políticos”, “isto não tem solução”, “para quê votar se é sempre a mesma coisa”, etc. Não esqueçamos que só tem direito de criticar e denunciar quem se empenha generosamente na busca de soluções.



Unidos, mas diferentes, em mudança de ramo, na banha da cobra

Paulo Portas, ex-director da empresa de sondagens da Universidade Moderna, Amostra, declara que se acreditasse em sondagens, mudaria de ramo. O seu sucessor na mesma empresa, Pedro Santana Lopes, sentado ao lado, concordou com a cabeça. Não mudaram de árvore. Continuam vendedores de banha da cobra. Isto é, vão macacando em qualquer outro galho.


A democracia é o quadro político da liberdade, mas também da responsabilidade. E esta só se exprimirá na busca generosa do bem comum. Não deixemos o futuro do nosso País só nas mãos dos “políticos profissionais”. Ajudemo-los com a nossa consciência crítica e com a nossa escolha responsável.


Gerou-se um consenso entre o líder distrital do PS/Porto, Francisco Assis, e o autarca de Gaia, Luís Filipe Menezes. "Acredito em pequenos blocos centrais. Não vem mal ao mundo que deputados pelo Porto de PSD, PS e CDS-PP apresentem propostas na AR para que se faça a regionalização, sem referendo, desde que defendam isso na campanha eleitoral", afirmou o social-democrata (O Comércio do Porto). Não tarda que os homossexuais assumam valores heterossexuais e que o Benfica convide Pinto da Costa para substituir Luís Filipe Vieira. Já vi um porco a andar de bicicleta e começo a reparar que o pluralismo democrático está a ser doutrinado por ex-ministros de Salazar e por comunistas e KGBs de antes de 1989. Não desfigurem a democracia com tais dioxinas dissolvidas em complexos de esquerda e fantasmas de direita.


E não esqueçamos, em nenhum momento, que a participação política é sempre busca da verdade, expressão do amor fraterno, escolha da honestidade e da generosidade como padrões de comportamento.


Em itálico, extractos do comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa. Espera-se adequada e paralela reflexão do Grande Oriente Lusitano. E bem gostaria de ter ouvido o meu Presidente da República, muito profilacticamente, a dizer o mesmo, antes da terapêutica da dissolução.