Menti, menti, que, da mentira, alguma coisa fica!
Qualquer crítico do teatro político ou do audiovisual carpideiro é capaz de vislumbrar o esquema propagandístico que o chamado povo dos gabinetes ministeriais se prepara para desenvolver na próxima campanha eleitoral.
O Paulo vai fingir que não é Pedro, que não é Cardona, que não é Guedes, que não é Telmo, dizendo que sempre foi extremamente competente e até que mais não fez porque as forças do capital e da reacção não lhe deixaram.
O Pedro vai fingir que não é Paulo, que mais não fez por causa do Guterres, por causa do Zé Manel, por causa do Sampaio, por causa da Cardona, por causa do Guedes, por causa do Telmo, por causa do Bagão, por causa do Pacheco, por causa do Lobo Xavier.
O Paulo vai repetir que a culpa é da banca, para o Compele dizer que não é bem da banca, mas do João Salgueiro.
O Pedro insistirá que a culpa é dos poderosos, porque ele sempre foi pelos pobrezinhos, mas não o deixaram trabalhar na justiça social, na igualdade, na fraternidade, no mexia, no barreto, num tal e coiso e no tal e qual.
O Paulo há-de esconjurar Marcelo, duvidar de Cavaco, insultar o primo, dizer mal da tia, saltitar num fandango, voltear num corridinho, cantar as janeiras, trautear o fado, fazer o pino, choramingar, berrar, cantar e, de camuflado, dizer que é combatente.
E ninguém poderá ler o comunicado da Conferência Episcopal, enquanto o Engenheiro Sócrates corre o risco de apenas falar para a extrema- esquerda, competindo com Louçã, esquecendo o centro, esquecendo a direita, julgando que não há uma importante fatia de povo que vibra com a Cinha, que vota no Castelo Branco e que adora os charutos Davidoff de Helena Sacadura.
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