Oh! Judite, deixe-me dizer-lhe isto...
Que notável catadupa de slogans, "soundbytes", toda essa soltura de sofismas, de verbos, adjectivos, substantivos, advérbios, etc. Belo tempo de antena, apenas demasiado no óbvio propagandista, talvez pedestal demais. Tempo bem à borlinha que pode ofender o princípio da imparcialidade. Judite amiga, o portas está contigo. Mas, desculpem lá, excedi-me, mordi demais em gente do PSD. Esqueci-me que fui o tal director do "Independente". O tal director da "Amostra". O tal de muitos tais. Que perdeu a cabeça e, fingindo ser aliado, tentou auto-limitar o PSD ao seu abraço eterno, procurando até condicionar candidaturas presidenciais da área não socialista.
Oh! Judite, posso dizer-lhe isto:
Deixei marca, fiz obra, tenho maturidade política. Sou contra maiorias absolutas de um só partido, por isso fiz um acordo com o PSD para ele não poder pedir maioria absoluta como está a pedir o PS. A partir de agora, eu sou o co-proprietário de todo esse espaço. Especialmente quando Santana Lopes reconhecer que, com este acordo, se estatelou. Porque apenas acordámos contra quem eu estou em desacordo. Porque, se não vamos um com o outro, não podemos ir com mais nenhum.
Oh! Judite, deixe-me dizer-lhe isto:
Somos probos, honrados, competentes, íntegros, sérios, estáveis, serenos, disciplinados, coerentes. Temos valores firmes. Garantimos estabilidade. Fizemos obra. Temos grande quantidade de quadros. No Conselho de Ministros não havia bandeiras partidárias, mas vou realçar os do meu partido. Tínhamos uma maioria, graças a Deus.
Oh! Judite, posso dizer-lhe isto:
O Presidente usou de presciência, de adivinhação. Transformou pretextos em fundamentos. Dissolveu maiorias objectivas com factores subjectivos. Interrompeu o nosso trajecto.
Oh! Judite, deixe-me dizer-lhe isto:
O PS destruiu as finanças públicas, destruiu a defesa. Deixou-me chaimites com quarenta anos, corvetas com trinta anos. Abaixo os socializantes. Incluindo os anteriores ministros da defesa do PSD e os militares.
Oh! Judite, posso dizer-lhe isto:
Eu quero um centro-direita com gente disciplinada, sem atiradores furtivos que dão trunfos aos adversários e fazem maldades. Escrevem o que não deviam ter escrito. Falam o que não deviam ter falado. O Marcelo, o Marques Mendes, o Cavaco, o Pacheco Pereira, o Dias Loureiro. Arre, lá pisei o risco... Estou-me borrifando para a reconstrução desse espaço político. Quero é um espaço com mim e sem os ditos.
Oh! Judite, deixe-me dizer-lhe isto:
Íamos afastar a palavra crise. Não íamos afastar a crise. Dissemos que íamos fazer justiça fiscal e acabar com a evasão fiscal graças a Bagão. E por isso quero afastar o presidente da banca, porque Salgueiro é sinónimo de sectores da banca e ele tem mesmo que pagar IRC. Sem ele toda a banca é boa. Não me tivesse chamado desconexo.
Oh! Judite, posso dizer-lhe isto:
Não vai haver um centrão. Vou alargar o eleitorado. Penso até ao último minuto. Penso bem. Só comigo poderá haver Portugal. Só comigo há direita e centro. Só comigo há conservadores, liberais e democratas-cristãos, democratas-hindus e democratas-muçulmanos. Sem mim a Santa Madre Igreja está lixada. Os protestantes, desfeitos. Os valores sem resistência.
Oh! Judite, não pode retirar, das minhas palavras, as palavras que convêm aos outros. Escrevam o que devem escrever. Falem o que devem falar. Sejam disciplinados, atrás de mim, atrás do Bagão, atrás do Guedes, atrás do Telmo, atrás da Cardona, atrás do Queiró. Atrás, atrás, atrás de nós. Abaixo Santanaz!
Palavras para quê? É um artista português e usa pasta medicinal Bugio.
PS: Já agora, vejam a pasta medicinal que vai usar o PS.
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