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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

12.12.04

Viva o FuteCêPê! Longa vida ao PC (o dacosta)!


Os bailados do jogo têm sido excitantes

Depois de quinze "penalties" e de cinco boladas no ferro, os imaginários Dragões venceram os colombianos do Caldas e lá receberam o prémio esperado: um efectivo carrinho da marca que "veio para ficar". O árbitro, que foi bastante elogiado na primeira parte, acabou insultado por todos os jogadores, treinadores e dirigentes clubísticos, falando-se até numa cabala. A equipa aparentemente vencedora vai agora enfrentar o Torneio do Carnaval, onde os Rosas do Rato ameaçam varar as fronteiras, os Vermelhos da Soeiro apresentam um velho treinador e os Anacletos do Quelhas ameaçam contestar todos os jogos na secretaria, enquanto a Liga continuar a ser dirigida a partir de Gondomar ou de Vila Nova de Gaia.


Juntos, ou separados, mas sem que se zanguem as comadres...

O feliz "penalty" que salvou a honra da pátria, talvez tenha contribuído para a melhor escolha do "slogan" da campanha. Uns apontaram para "separados, mas juntos", outros, para "juntos, mas diferentes e aconchegadinhos", enquanto terceiros falam em "divorciados, mas sem partilhas", porque todos temem o "zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades".


Agentes da central de comunicações, em recolha de dados

Aliás, o governo, em digestão, poderá continuar a nomear. E há quem aceite sempre a honrosa tarefa, porque, mesmo que venha a ser despedido, sempre pode receber uma indemnização choruda. Mais importante será a função fotocopiadora do executivo e a tarefa de "copy and paste" do "e-government", enchendo-se os "dossiers" dos serviços particulares de informações, inventariando-se os muitos sacos laranjas, amarelos e azuis, com notas de comissões, contratos, silenciamentos, perdões, avenças, subsídios, cunhas, golpadas e cabalas quejandas. E os assessores de imprensa lá vão recolhendo dados, limpando rastos e fazendo muitos "delete" dos discos duros que não são portáteis.

Os nomes e números do jogo:


P. S. Lopes: Pedro (Relvas, 104), Aguiar Branco, Pedro Duarte, Gomes da Silva, Santana, Lopes, António Monteiro, Carmo Seabra, Henrique Chaves (Sofia Galvão, 70), Morais Sarmento (Maria da Graça, 79) e Arnaud. (Suplentes: Marcelo, Cavaco, Pacheco, Marques Mendes, Teixeira Pinto).

Os Caldas: Paulo, Sacadura, Portas, Nobre (Guedes, 46), Telmo, Correia, Bagão, Félix (Nuno, 97), Magalhães, Morais e Leitão (Fernandes Tomás, 61). (Suplentes: Queiró, Ribeiro e Castro, Nuno Melo, Pedro Guerra, Abel Pinheiro, Adriano e Narana).

Árbitro: Jorge Sampaionda, Belém do Pará.

Acção disciplinar: cartão para Henrique Chaves (33), Gomes da Silva (51 e 120+), Gomes da Silva (60), Cardona (79), Gomes da Silva (85) e Sarmento (117). Cartão vermelho por acumulação para Gomes da Silva, após a transformação da grande penalidade (120+).

Assistência: cerca de 10 milhões habitantes. Consta que o golo que decidiu o jogo resultou de uma combinação prévia entre os dirigentes dos dois clubes.



A antiga imagem da empregada doméstica passou de moda...

Pedro foi moda que passou de moda, perdeu a fescura apolínea que o elevava a "sex-symbol" de peixeiras, donzelas, pescadas, quarentonas, sopeiras intelectuais e intelectuais pimba e talvez não queira mostrar as intimidades balofas como seu apoiante funchalense. E não será, agora, que, com voz forte e rouca, consegue colmatar a lacuna do argumento fraco. Quando o PSD bem precisava das homílias dominicais de Marcelo, das professorais surtidas alocutivas de Cavaco ou das argumentações weberianas de José Pacheco Pereira. É que não bastam as catedráticas tentativas de Bacelar Gouveia, os artiguelhos de armazém de alguns intelectuários ou as análises políticas de outros tantos avençados.


Alguns dos que mais choraram nas exéquias começam a afiar a faca


O Congresso de Barcelos não devia ter olhado tanto para o próprio umbigo e o partido ficou, assim, reduzido à betesga, sem dimensão vitoriosa dos habituais rossios. Basta que Sócrates se refugie no Bugio, gerenciando o silêncio, porque não acreditamos que o "bom povo" embarque nas encenações de ministeriais equipas em exéquias, com a carpideira chefe a chatiar-nos em discurso cheio de muitos "porcagóras". Os vendedores de banha da cobra podem entender-se, mas precisam de dizer aos outros aquilo que efectivamente querem. E, da obra feita, apenas ficam palavras por cumprir.


Começam as "stressantes" tarefas da cozinha eleitoral...o objectivo é comer

Paulo preferiu uma noitada de direitistas sem sono, dado que os analistas de esquerda-menos, para lixarem Pedro, o elevaram à categoria de competentíssimo Genscher, esquecendo a cabala, esquecendo a Cardona, esquecendo o Bagão e a casita na Arrábida. Ele é bom porque muitos homens do canhão ficaram domados por causa da eventual chegada de novos brinquedos e de novas comissões de serviço nos feitiços do deserto, esquecendo os gritos de alma de Loureiro dos Santos, as Bombardier e as PJM. Porque a memória é curta e todos passam de bestas a bestiais, no ápice de um comentário. Etéreas são as trapalhadas da justiça, as manobras do défice e dos advogados de negócios. Basta denunciar o não financiamento de certos sectores da banca e surgirem esgares menos cúmplices, para que papelinhos de fantasias e fumaradas de de estrelas nos façam regressar à necessária música celestial. Pobre Pedro, quem te viu e quem te vê agora, enfiado num pronto-a-vestir que te transformou no princípio de Peter em figura humana. Acorda, que já chegou a corda, a tal corda que te vai puxar para o abismo...