O regime dos manitus...
A liberdade de cátedra em Portugal é inversamente proporcional ao ritmo de proventos da parecerística. A liberdade de pensamento é rigorosamente controlada pela avença. A liberdade de investigação científica está dependente das boas relações que se conseguem manter com os patrões que escolhem os parecedores e os avaliadores. Manda quem pode, obedece quem deve. Liberdade, liberdade, quem a tem chama-lhe sua. E é difícil encontrar por aí uma fundação que não passe pelos olhos em bico dos que não gostam de bicadas, pelas águas mansas e chocas do centrão ou pelas cunhas celestiais de certos cadáveres adiados. Onde é que fica o exílio? A universidade é, cada vez mais, uma quintarola de aposentados, reformados, cunhados, primos, subsidiadores, subsidiados, burocratizados, burrizados e até de alguns doutorados, porque os professores e os alunos começam a ser uma minoria.
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