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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

16.12.04

Zeólito, Zé-pereira , escatófilo e tó-carocha. Recebido de O.A.



ZZET para cá ZZET para lá e eles todos ZZET

A suposta dialéctica dos nossos dias gera náuseas de estonteante big bang, só equivalente à criação de um homem sem interioridade.

ZZET para cá.

Assim se iniciou o que já se tinha iniciado ao som dos tambores das festas pimbas: ou seja, a campanha eleitoral dos mesmos que, de tão simplificados pensares, nem notam que existe o menos 1 já que o grau zero foi atingido aquando do profundo desprezo pelo povo deste açaimado país.

E eles ZZET para lá.

Ainda assim a insensibilidade dos média, leva-nos todos os dias casas dentro, a vastidão do tédio das notícias, das entrevistas de última hora, vãs e vazias e ignaras, como quem dá voz a quem é seu dono.

E eles todos ZZET.

Acresce que os pouco mas notáveis órgãos de comunicação que sensibilizaram que não têm dono porque nunca o tiveram, cumprem a árdua e corajosa tarefa de não deixar reduzir este nosso mundo a uma formiga coxa, que tenta caminhar na lama que a obreira formiga-mãe lhe dá, já que o liso asfalto só pertence a quem estas coxas criaturas devem obediência cega.



E todos ZZET.

Chegámos ao ponto em que o próprio hedonismo se satisfaz da simulação.

A sofreguidão insaciável de poder propulsiona a proliferação de dividendos que a maioria pagarão com muito suor de pestilento fedor.

Como explicar o pilar onde se funda o espaço comunicativo do homunculus-cêntrico?

Como explicar que o declínio absoluto da linguagem e do pensamento sejam vertidos com desonra e circunstância, em hora de prime time, apenas porque tudo se vai tornando mercantilizável ao sabor do ciclo único?

De notar que são estas mesmas gentes as que consomem astrologia, parapsicologia, homeoterapia de tarot ente outras ciências do oculto e assim se narcotizam na barbárie radical de serem os titãs dos homens.



ZZET para cá, ZZET para lá.

Resta-nos dizer que na ocultação do vazio escancarado que nos é dado sentir e assistir, nunca seremos os que se calarão, resignados a esta democracia da Absurdidade, desde logo porque nunca entendemos o significado do ZZET.

Ou será que quer dizer zeólito (gelatinoso) Zé-pereira (tocador do bombo) escatófilo (que cresce nos detritos) tó-carocha (" isso de amigos, replicou o canasteiro, tó-carocha!". (Camilo).

O. A.

Lembramos que qualquer semelhança com publicidade que utiliza o ZZET como expressão de linguagem, é pura coincidência.