Igualdade é tratar desigualmente o desigual
Quem queira ser português antigo e liberal de palavra dada corre o risco de nem sequer o ser, caso não esteja adequadamente filiado num desses grupos cujo colectivismo moral garante a passagem de adequado certificado de inteligência, cultura e moralidade q.b., de maneira a poder singrar no rebanho do politicamente correcto e do culturalmente correcto, coisa que, presentemente, exige dizer que somos contra o politicamente correcto e contra o culturalmente correcto.
O subscritor deste breve reflexão, que nem sequer é exame de consciência, sabe, de ciência certa, mas sem poder absoluto, que não devia fazer observações políticas e sociais fora do penico admissível pelos doutores do templo, visível e invisível. Isto é, por esses burros carregados de livros que por aí circulam, para invocar uma metáfora cara à gente da minha terra, onde, apesar dos futricas serem maioritários, nunca puderam ser do União de Coimbra. Descodificando estas lamentações, apenas digo que, fazendo o balanço de duas recentes intervenções minhas, cheguei à conclusão que não me regulo adequadamente pelo padrão do tempo médio do sindicato das citações mútuas que está no poder.
A crítica que fiz a D. José Policarpo, em defesa da maçonaria, levou a que dedicados amigos, fiéis aos ditames sócio-políticos da Santa Madre, me questionassem nalgumas dezenas de "mails", como se eu me tivesse iniciado nesse esotérico, que respeito, mas não assumi. O enfrentamento que tenho tido com os defensores da extensão do casamento aos homossexuais, levou também a que as setas venenosas da intolerância, tão fascista quanto os homófobos, e tão intolerante quanto os torquemadas, me tivesse picado com muitos pedacinhos de ira, coisa que penso ter resolvido com dois ou três pensos rápidos.
Para cúmulo, decidi dar o nome, o corpo e a militância a um partido que ajudei a fundar e que, naturalmente, não faz parte do arco da potencial governação e que, sem os holofotes das televisões dos senhores viscondes e do senhor Estado, até parece não existir, apesar de nome a nome, acção a acção, ideia a ideia, não ser inferior a certos figurantes do carnaval eleitoral. Apenas não faz parte da "pay list" dos financiadores e donos do efectivo poder que pagam às futuras situações e às futuras oposições para que tudo continue como dantes.
Basta reparar na declaração que emiti hoje, em nome da minha candidatura, que continuo a não nomear aqui, por razões deontológicas:
Na passada sexta-feira, um grupo de jovens do P..., liderados pelos nossos candidatos A... e H... (nome de jovens candidatos) , e com a presença do cabeça de lista e de V..., desencadearam uma acção de campanha inédita e simbólica: foram "à noite" de X..., distribuir folhetos de divulgação das propostas do P... e andaram entre praças, discotecas e bares, olhos nos olhos, apresentando as linhas-mestras do programa legislativo do partido. E, muito provocatoriamente, os elementos femininos do grupo distribuíram preservativos exclusivamente a jovens do sexo feminino, em nome do lema "previne-te e vota". Por outras palavras, decidimos penetrar no centro do "tabu" que agita a campanha e, na praça pública, dissemos, com todos os pontos na chamada terceira vogal, que defendemos "a inviolabilidade da vida humana" e "o casamento entre pessoas de diferente sexo". Por outras palavras, não insinuamos, não simulamos.
Em primeiro lugar, não temos medo. Sabemos que há um "lobby" e também sabemos enumerá-lo. Basta teclarmos em Renas e Veados e percebermos porque somos acusados de partido da extrema-direita e neofascista: 1) O P... é efectivamente um partido de extrema-direita, para o qual a discriminação negativa dos homossexuais é um "valor fundamental" . 2) O P... têm consciência que ao impedir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, se está a discriminar negativamente os homossexuais. Algo que me parece muito claro, mas que ainda não o é para muitos homossexuais.
Basta elencarmos o que nesse "site" se enumera como rede amiga: Bloco de Esquerda, Bloco LGBT, Frente Esquerda Revolucionária, Jornal Avante!, Juventude Socialista, Movimento Liberal Social, Partido Comunista Português, Partido Ecologista "Os Verdes", Partido Humanista, Partido Socialista, Renovação Comunista, Revista Combate, Revista manifesto, União Democrática Popular.
Como centros difusores de doutrina: Associação ILGA Portugal; Associação para o Estudo e Defesa dos Direitos à Identidade de Género - @t; Clube Safo; Não te Prives; Panteras Rosa - Frente de Combate à Homofobia; PortugalGay.pt; rede ex aequo.