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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

2.2.05

Profundidade, humor e garra



A grande educadora do politicamente correcto, um desses dois canais privados que nos foram concedidos pelo Bloco Central e que não teve direito à quinta das celebridades, vai emitir os "Fab Five — Os Cinco Fabulosos" que tem o higiénico nome de "Queer Eye for the Straight Guy". Segundo algumas propostas, prevê-se a inclusão de um decorador de interiores (PS), um estilista de moda (CDS/PP), um chefe de cozinha (PCP/Verdes), um guru da beleza (PSD) e um assessor de cultura (Bloco de Esquerda) — que é o responsável por muitas coisas, incluindo comportamento, cultura politicamente correcta e música.

Todos eles são talentosos, todos são gays e todos estão determinados a arrumar toda a desordem feita pelos desajeitados políticos heteros.

Com a ajuda dos amigos, companheiros e camaradas, os Fab Five cuidam de cada novo homem político como se fosse um projecto único.

A missão deles é difícil: transformar rudes homens heteros em seres capazes de saber quais produtos usar no cabelo, quais roupas usar e até qual filme estrangeiro assistir.

Mas no fim de cada divertido episódio, e após o imenso trabalho de transformação, um novo e esclarecido homem emerge, com direito até a um ótimo cheirinho de homem novo em folha!

Segundo a Scout Productions, o programa, originalmente criado por David Collins (homo), e desenvolvido por David Metzler (hetero), representa "uma união de sensibilidades" que lhe dá "profundidade, humor e garra". Depois disto, deixará de haver colos.