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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

6.2.05

O sinal de Barroso, o apoio de Durão e a memória de Zandinga



Louçã pesca, Sócrates caça, Pedro diz que o tempo está a mudar, Jerónimo persiste em cunhalizar e Paulo deixa o popular e é cada vez mais classe média. Isto é, mediático, mediacrático, mediocrático, mediacapto, mediocramente só médio, porque sem fim.

Enquanto isto, Barroso, já sem Durão, em si mesmo entalado, vai a São Bento, ao institucional palácio, recusando falar de política interna, para nos dizer, insignes ficantes, da lusitânia ingrata: "agradeço que Pedro Santana Lopes me tenha podido receber". Mas Pedro, na véspera, já tinha dito tudo. Esperava um sinal de Barroso e outro de Durão.

Tudo heterónimos. Alguns homónimos. Tudo sinónimos. Depois do carnaval, de novo o carnaval, em domingo gordo e grávido de poses, de fitas cortadas, de fitas lançadas, chitas e serpentinas. Venha o diabo e escolha. Zé povinho lá vai, cantando e rindo.

Aliás, segundo um semanário de 4 de Março de 2000, «DURÃO Barroso não pediu nem pede desculpa a Santana Lopes», disse ao EXPRESSO uma fonte próxima do líder do PSD a propósito de um episódio ocorrido no Congresso de Viseu, em que Barroso considerou Santana um misto de Zandinga e Gabriel Alves. A mesma fonte explicou que o líder social-democrata «pediu desculpa apenas ao Congresso porque, quando fez a afirmação, não sabia que Zandinga tinha morrido». Garantindo que Durão Barroso não abandonará a liderança do partido e que «só será derrotado pelo voto», a fonte que vimos a citar salientou a capacidade do líder «para aguentar».