De bradar aos céus! Recebido de S.O.S.
Que existam pessoas de boa fé pró e contra a interrupção voluntária da gravidez eu posso entender, mas custa ouvir dizer em público que se desconhece o que seja um nexo de causalidade entre a falta de condições sócio-económicas e a situação psíquica de uma mulher que nesta situação queira recorrer à IVG
Assim não posso entender como é que líderes políticos não compreendem que a miséria económica leva a um desequilíbrio psíquico pelas razões infelizmente mais evidentes mas pelos vistos estranhas a quem se recusa a compreender o sofrimento porque à porta não lhe toca
Como homem posso dizer que imagino o quanto uma mulher sem ter o que dar de comer aos seus filhos quantas vezes sem casa e a viver abaixo do nível de pobreza com contas para pagar que mais não seja as que se referem ao pão nosso de cada dia se sinta num tal desespero que lhe acuda a plena consciência de que mais não pode aguentar psicologicamente e muito menos apresentar ao seu futuro filho caso a gravidez evolua um mundo tão injusto tão injusto que não é compatível com um estado de esperança como também é chamado o estado de uma mulher grávida
Ou será que este estado de esperança é direito e estatuto próprio apenas de quem tem posses económicas e demais ornamentações
Não obstante todo o cuidado e melindre que envolve a legislação destas situações referentes ao aborto aquela que se mostra mais desesperante é a da suposta incompreensão pela humanidade no seu sofrer pelo menos enquanto a realidade vai sendo o que é
Nem creio que seja preciso falar de extrema miséria porque outras e a nível de outros estratos sociais existem bem escondidas mas que nem por isso são de desprezar
O sofrimento de quem já teve e deixou de ter qualidade de vida por falta de poder económico é normalmente assumido nas ditas classes mais altas como uma vergonha calada e nem por isso menos desequilibrante psicologicamente do que em estados de miséria contínua
Antes de se falar de “cátedra” a respeito destes temas que se sentem no chão duro e árduo de muitas vidas e experimentem o tal nexo de causalidade na pele sem cremes hidratantes
E mais não digo pois ter um filho é uma dádiva e recusá-la por evidências cruéis da vida será seguramente um trauma tremendo então que se acuda a quem tem de se submeter ao peso de uma rocha que destrói qualquer equilíbrio emocional e impossibilita em consciência que o domínio psíquico lhe segure os anos que deveria viver como um direito e não como uma obrigação de rato
Já bem basta que em pleno séc. XXI ainda se tenha de legislar a respeito tendo em conta a real ausência de vida de que estas mulheres acima de tudo padecem
Uma ajuda à compreensão do tal nexo de causalidade é aquele que se resume numas simples palavras ou seja este nexo existe quando os danos são consequência ou efeito da falta de
S.O.S.
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