a Sobre o tempo que passa: A lista dos refundadores da direita à direita

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

25.4.05

A lista dos refundadores da direita à direita



José Ribeiro e Castro*, Miguel Anacoreta Correia*, José Paulo Castro Coelho, Martim Borges de Freitas, António Lobo Xavier, Sílvio Cervan, José Paulo Carvalho, João Luís Mota Campos*, João Varandas, Paulo Núncio, Pedro Melo, Pedro Pestana Bastos, Nuno Fernandes Thomaz*, Ricardo Vieira, Isabel Gonçalves, Nuno Peres Alves, Sara Sepulveda da Fonseca, Francisco Pinto Machado, João Tita Maurício, João Anacoreta Correia, Miguel Brito, Raul Almeida, João Vacas, José Lino Ramos, Sónia Sousa Mendes, Gonçalo Maleita Correa, Luís Queiró, José Girão Pereira, Manuel Machado, Maria José Nogueira Pinto*, António Pires de Lima, Narana Coissoró, Nuno Melo, António Carlos Monteiro, Álvaro Castelo Branco, Teresa Caeiro*, Diogo Feio*, João Rebelo, Nuno Magalhães*, Luís Centeno Fragoso, Miguel Repolho, Abel Baptista, António Pinho, Domingos Doutel, Guilherme Magalhães, Mariana Ribeiro Ferreira, Maria Orisia Roque, Luís Manuel Damas, Altino Bessa, Fernando Moreno, Rui Barreira, Paulo Pinto Mascarenhas, António Alves Pereira, Rui Manuel Ribeiro dos Santos, Rui Filomeno de Freitas Simões, Rui Pedro dos Santos Antunes, João Marcelo Mendes Pinto, Adelaide Freixinho, Ismael Pimentel, Miguel Capão Filipe, Mariana Cascais*, Miguel Roquette, Próspero dos Santos, Augusto Cymbron, Carlos Furtado, Maria Espadinha Azinheira, Maria Celeste Capelo, Pedro Carvalho, Maria Antonieta Mariano, José Mexia, Carlos Veloso, Luís Fernandes, Ana Paula Inglês, Carlos Dantas, Elias dos Santos Rodrigues, Carlos Resende, João Sande e Castro, João Almeida Mendes, Henrique Pinheiro Machado.

Tendo em vista um adequado inventário dos refundadores do espectro, depois do que indicámos para o PSD, juntam-se os nomes da nova direcção do PND, disponível no jornal do movimento, por transcrição de notícia alheia, mas que não indica os restantes nomes de outros lugares representativos: Manuel Monteiro, Nuno Montenegro, Maria Augusta Montes, João Almeida Garrett, Mário Lemos, Luís António Alves, Sara Santos Costa, Paulo Ferreira Lopes, Fernando Lima, Rui Teixeira e Melo, Sara Marques. Acrescentam-se outros nomes de activistas que apresentaram moções na recente convenção do partido: José Joaquim Barreira de Jesus, Diogo Pacheco Amorim, Miguel Félix António, Gonçalo Ribeiro da Costa, Miguel Costa Marques, Lucílio Carvalheira, Manuel Brás, Miguel Vila de Brito, Luís Malta Vacas e José Namorado Malacriz. Para mais informações ideológicas, consultar esta fonte.




Apenas literalmente se sublinham os de garantida estirpe genealógica, isto é, filhos de alguém que já foi alguém, no 24 e no 25, dado termos falta de informação sobre os que não pertencem às classes A e B. No quadro, os amarelos mais ou menos torrados não pretendem indiciar qualquer opção pela aliança pelo PSD, mas apenas a memória do amarelado original do partido, numa coloração que sempre se deu bem com o sangue azul dos filhos de algo. Com um asterisco, indicam-se os ex-membros do governo que se destacaram, todos e apenas, como secretários e sub-secretários de Estado, num lote de quase uma dezena, maioritariamente ministerializados pelo comando de sociais-democratas e de actuais membros de um governo socialista, incluindo os que se envolveram em sportinguistas palas e benquistas direcções de Vale e Azevedo. Faltam-nos dados sobre a pertença a organizações discretas da Santa Madre, apesar de podermos dizer que, ressalvada a presença de um conhecido representante da comunidade hindu, são todos garantidamente filhos dilectos do papismo renovado. O quarto onde viveu o Santo Padre Cruz, sito na sede no Largo do Caldas, volta a estar de acordo com a vivência dos habitantes da casa onde está inserido. Vários telegramas da legião anti-abortista têm manifestado júbilo por esta emergância de novas lanças para a sempiterna campanha de combate pelos valores e causas em que justamente acreditam. Amen.



Que falta agora nos faz um grupo que não tivesse medo de ser liberal! Que estivesse na esquerda da direita e na direita da esquerda, ao mesmo tempo, mas sem medir o mais à esquerda com a defesa da extensão do intervencionismo do aparelho estatal, como o fazem socialistas, sociais-democratas e democratas-cristãos preocupados com a questão social, todos eles próximos do que o salazarismo, que era um verdadeiro socialismo de direita, entendia por Estado Novo que, no fundo, era a forma portuguesa de "Welfare State", recauchutado pelo gonçalvismo. Que pena não haver um partido não confessional à direita, imune à pulsão reaccionária e sempre a pedir um "nihil obstat" à Conferência Episcopal. Porque pode ser estreita a presente via restauracionista do Centro Católico Português e do Partido Nacionalista de Samodães e Quirino Avelino de Jesus, agora que Freitas é ministro dos negócios transatlânticos e o seu tradicional adjunto é o líder dos homens e mulheres às direitas!

Bem gostaria de voltar a Aveiro, para homenagear José Estevão e o filho, Luís Magalhães, dois consequentes liberais, históricos e progressistas, azuis e brancos, patuleias e manuelinos, bem como Egas Moniz, republicano, centrista, sidonista, nobelizado e resistente ao salazarismo. Ou para retomar a senda da vitória de Francisco Lucas Pires num congresso do CDS, contra certos discursos que resistiam à chegada da aliança dos liberais com os democratas-cristãos que permaneciam no partido...

Agradeço ao meu amigo Carvalho Fernandes a terna oferta que me endereçou, bem como o lindo cartão de visitas que a acompanhava. Corrigi o erro a vermelho, gosto do objecto, mas confesso que sofro de miopia e estrabismo e só posso usar óculos bem graduados, principalmente para ler o tal excesso de livros que me embebeda. Aceito o erro cometido, corrijo-o, peço desculpa, mas percebo agora o que são tendências recalcadas contra aquilo que pensam que sou. Reparo como as minhas bicadas dóem quando acertam em certas feridas. Em "mail" privado, vou remeter-lhe a moção que, juntamente com outros, apresentei, com antecedência certeira, ao nosso comum amigo Manuel Monteiro. Mesmo dos adversários, nunca disse que eles eram míopes, coxos ou carecas. É má propaganda fingir que se matam pretensas moscas com canhões de palavras. Bastam adequadas farpas que, naturalmente, mereço. Um grande abraço. Se quiser, pode fazer "delete" de tudo quanto generosamente me publicou. Abaixo os intelectuais!