a Sobre o tempo que passa: Associação Nacional dos Indígenas de Coimbra Exilados na Blogosfera (ANICEB)

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

5.5.05

Associação Nacional dos Indígenas de Coimbra Exilados na Blogosfera (ANICEB)



Para os devidos efeitos, recordamos que, hoje, o Largo da Sé Velha volta a ser o local da Serenata Monumental que marca o arranque oficial da Queima das Fitas. Segundo consta no programa, vão ser interpretados os seguintes fados: Fado dos beijos (Luiz Goes), Fado da sugestão (José Afonso), O meu desejo (Luiz Goes), Balada de despedida do VI ano médico de 1958, Balada de despedida do V ano Jurídico de 1988, Canção pagã, Minha Mãe (José Afonso), É preciso acreditar (Luiz Goes) e Balada dos meus amores (Luiz Goes). Serão ainda tocadas cinco guitarradas: Despertar (Carlos Paredes), Sede e morte (Carlos Paredes), Noite (Carlos Paredes), Mi menor (Artur Paredes) e Ré menor.

Mais se informa que dizer Sé Velha, Serenata ou Queima das Fitas faz parte de um conjunto de signos que é capaz de identificar um patriota coimbrão, mesmo que ele seja tão futrica que também possa ter nascido numa casa encostada à igreja citada e que tenha andado numa escola primária uns metros abaixo da mesma, depois de se descerem as escadas do Quebra-Costas, mesmo debaixo do Arco de Almedina.



Um desses futricas sou eu. Que, por acaso, também é afilhado de baptismo de um tal Luiz Fernando de Sousa Pires Goes, um conhecido médico dentista de Lisboa, em cuja casa este que continua a ser menino, um dia, conheceu um tal Zeca Afonso e aprendeu a ouvir esses ritmos que constituem o ritmo de uma saudade activista que as cordas de Paredes continuam a mobilizar.

Este futrica, que chegou a estudante, não esteve ontem no Hotel da Quinta das Lágrimas a apoiar a recandidatura de quem não precisa, por já ter o carimbo dos notabilíssimos Amaral Dias e José Miguel Júdice. Confesso que apenas torceria pelo Fausto Galinha, dito Correia, se este desse o salto, apenas porque ele foi meu colega de escola e a malta da Subripas e da Escola de São Bartolomeu, restaurando o movimento do "Vai Tudo, União de Coimbra", depois de fazer um comício na Praça Velha, deveria libertar-se, finalmente, de certas tutelas.

Correndo o risco de ficar a falar apenas comigo, aproveito a circunstância para desafiar alguns dos meus colegas da blogosfera para, juntos, lançarmos um portal conjunto que poderia ser assumido por uma Associação Nacional dos Indígenas de Coimbra Exilados na Blogosfera, incluindo os que fazem parte dessa cidade feita por subscrição nacional a que chamamos Lisboa. A malta da nossa "pátria chica" tem de criar um enorme grupo de pressão capaz de proteger aquilo que considero uma espécie que deve sair do estado de via em extinção para o da vida em extensão. Vamos a isso, blogueiros da terra-mãe?