Peço a vossa ajuda porque vou passar por maus bocados...
Em 27 de Outubro de 2004, o ministro do Ambiente, Luís Nobre Guedes, reconheceu publicamente a existência de "poderosos interesses", ilegítimos e legítimos, que se opõem ao desenvolvimento ambiental do país, afirmando-se pronto para combatê-los. Mais considerou: "o meu problema não é com os ambientalistas, é com os interesses", afirmou. Nobre Guedes, que falava para uma plateia de estudantes universitários, professores e outros especialistas ligados ao ambiente, lançou o repto: "Peço a vossa ajuda porque vou passar por maus bocados. Era mais fácil não mexer em certos interesses, mas vou mexer". Defendendo que "a gente nova não é corruptível e quer uma sociedade melhor", apelou à solidariedade dos jovens, universidades e da "gente do ambiente".
Sobre o "caos" do ordenamento do território em Portugal, o ministro reafirmou que o ambiente tem como principal opositor os "ilegítimos interesses". "Não tenho dúvida que tenho a cabeça a prémio", disse. "Os senhores vão ver o que vai acontecer quando eu decidir sobre a RAN (Reserva Agrícola Nacional) e a REN (Reserva Ecológica Nacional), porque têm interesses muitos poderosos". Nobre Guedes considerou ainda que o Ministério do Ambiente "tem dinheiro e gente de primeira qualidade" para trabalhar e, por isso, não tem desculpa para não tomar decisões. "A pior decisão que posso tomar é não decidir".
Considerando que o momento que a sociedade atravessa é "mau", face à "gravíssima crise moral, de referências e valores", indicou que não pretende desistir do seu projecto como governante. "Os últimos anos foram marcados por um crescimento significativo, sem dúvida. E isso só foi possível porque vivemos em liberdade. Só uma sociedade livre pode crescer", comentou. Nobre Guedes lembrou a importância da revolução de Abril, que resultou de uma unanimidade dos portugueses para mudar a sociedade. "Mas acho que a sociedade que temos é o oposto do que sonhámos, excepto em termos de liberdade. Não há valores, referências, solidariedade, só vale o dinheiro".
Em seguida, fomos a uma enciclopédia tentar determinar o que era um sobreiro (Quercus suber L.), concluindo que é do tronco do sobreiro que se extrai a cortiça, de que Portugal é o maior produtor mundial. E é com essa finalidade que o sobreiro é cultivado desde a Antiguidade. A primeira cortiça, suberosa, pouco elástica, tem pouco valor. Eliminada esta capa, aos vinte anos de idade, o sobreiro desenvolve um súber macio de alta qualidade, que pode descortiçar-se de 10 em 10 anos. Depois de descortiçado, o tronco apresenta uma cor pardo-avermelhada, como no exemplo que aqui se apresenta. As folhas medem 2,5 a 10 cm por 1,2 a 6,5 cm, de cor verde escura e sem pelos. Têm forma denticular, uma nervura principal algo sinuosa e 5 a 8 pares de nervuras secundárias. Os frutos são secos, de cor castanho-amarelado e revestidos por uma cúpula com escamas lanceoladas. Nada consultámos sobre o pinheiro. Nem sobre o golfe. E do espírito santo, todos sabemos que se trata da terceira pessoa da Santíssima Trindade. Amen!
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