Vai tudo, União de Coimbra! E agressão a Fernando Ruivo
Hoje, os meus comentários às notícias do dia começam pelas boas notícias da santa terrinha em termos futeboleiros, dado que os meus patrícios do Vale do Mondego, depois da subida da Naval 1º de Maio e da manutenção da Briosa, podem comemorar a ascensão do glorioso clube da Arregaça a um lugar próximo do que merece. Vai tudo, União de Coimbra! Como velho futrica coimbrinha, estou assim condenado a esta pluralidade de pertenças que, começando no clube dos naturais da cidade, passa pelo clube da universidade da terra e atinge o seu clímax no meu clube nacional de sempre, o Sport Lisboa e Benfica, devoção que recebi de meu pai e que transmiti ao meu filho, porque um bom português, pode e deve mudar de partido, de religião, de profissão ou de outras companhias, mas nunca deste signo identificador que nos acompanha em horas de derrota e de vitória, até à eternidade. Por isso, desejo que, na próxima semana, possa também aqui saudar o regresso ao espírito de campeão dos que transportam as cores dos que foram bicampeões europeus, para que o meu filho possa gritar, como já fez o pai e o avô, SLB, SLB, SLB!
E por falar da minha terra, não posso deixar de deixar aqui a minha solidariedade ao Fernando Ruivo, ao Professor Doutor Fernando Ruivo, actualmente presidente do Conselho Pedagógico da Faculdade de Economia de Coimbra, que foi cobardemente agredido por quem não foi capaz de cumprir as regras do jogo do Estado de Direito. Leio que o mesmo professor vem declarar que "as coisas na faculdade sofreram um grande abanão, desde há dois anos, e estão a entrar nos carris", manifestando perplexidade pelo que lhe sucedeu e notando que, na Faculdade de Economia, não há memória de algo do género: "nem nos tempos mais conturbados do PREC", sublinhou, dizendo recear uma "radicalização" de posições que acabe por vitimar "outras pessoas".
Posso aqui testemunhar, sobre esse meu antigo colega de liceu, que eu e ele sempre fomos "radicais", ele à esquerda e eu à direita, desde os tempos do Maio 1968, e que ambos sempre fomos amigos-adversários, mas também ferozmente adversos a "radicalizações" que metam violências revolucionárias ou contra-revolucionárias, bem como cobardias dos que, não assumindo a grandeza das autonomias pessoais, se acolhem à sombra dos colectivismos politiqueiros para o exercício da vingança. Dói saber como pode ser agredido quem sempre teve a coragem de viver como pensa. Um abraço, Fernando! Força de convicções!
<< Home