E um avô num verão anoitecendo. Recebido de T.C.R.V.
E um avô num verão anoitecendo
Disse:
Já estou a ficar velho, ainda que tenha esta figura fixa sem idade. Mas não sei de que valha imaginar um outro ser incólume e perfeito que da minha substância seja feito.
Também, e para todos os que neste mundo e neste lugar, somam os anos de uma vida do já tudo pensado e considerado, ainda assim, não aceitem nunca de fiado, um exímio salto, pois que o hão-de perder e faltará novamente o que vos falta.
Cumprindo ritos antigos, visitemos todos, as obras milenares da nossa espécie, e delas retiremos o que se possa meter em livro, e ser sucesso.
No pólo oposto à ideia de Deus de Israel e de outros Deuses do deserto, ciumentos e severos, encontra-se sempre em nós, ou muito perto, a possibilidade de criarmos muitos dias em que cada um de nós se sinta deus-menino.
E quem assim vos fala por palavras emprestadas a este meu vocabulário, só não sabe explicar, como qualquer ser que nos rasga o peito, desconhece, que, dentro dele fica preso, qual lagarta no casulo, sem ar que lhe acuda por tal feito.
Ide deitar-vos e descansai de mim, pois que hoje dormirei sob os arcos de um arco-íris ofertados por meu avô que num verão anoitecendo me segredou:
Toma os meus olhos que tanto os quero abrir nos teus!
T. C. R. V.
As duas últimas imagens picadas em http://www.fineartandframing.com/index.html?html/a_judeen.html~main
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