Elogios incoerentes à coerência e as histerias da europausa
Os partidocratas lusitanos, filiados nos partidos supranacionais da eurocracia, entraram definitivamente na europausa, com Barroso a seguir a proposta de Blair, em nome da reflexão e da prudência, enquanto o governo de Lisboa já pondera o adiamento do referendo. Também ontem, Soares dizia que o tratado não deve ficar igual, ou talvez sim, confessando que já não podemos pensar pela nossa própria cabeça, porque tudo depende do que vier a ser decidido no próximo conselho europeu. Porque a França seria um país central na construção europeia e a juventude terá aí votado maioritariamente pelo não. Até reconheceu que este projecto valério foi construído de cima para baixo e haverá hipótese de uma renegociação. Isto é, o "nim" passou a assumir a liderança do pensamento único, o da cabeça perdida.
Por outras palavras, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e os partidários do "não" eram bem diversos dos "anti-europeístas do costume", conforme a proposta de tipificação da heresia esboçada por D. José Policarpo, ou dos habituais membros da extrema-direita, conforme a científica análise de uma jovem e mediática politóloga de importação, em análise às últimas eleições europeias. Começo a compreender como certos canalizadores da opinião têm que elogiar a coerência de Cunhal, cabendo precisamente os maiores elogios aos que, tendo sido comunistas na juventude e primeira idade madura, mudaram de ideais, como hoje até António Almeida Santos confessou. Por outras palavras, a nossa gerontocracia entrou na europausa, até porque a senhora já é uma cinquentona bem entradota e nunca fez o adequado tratamento hormonal.
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