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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

13.2.06

O Alcorão segundo Maomé...



Obrigado a consumir a hiperinformação desta aldeia global que nos transmite "ad nauseam" a série de quarenta e sete pontapés que, há dois anos, tropas britânicas emitiram contra manifestantes iraquianos, noto que se anuncia a circunstância de norte-americanos estarem a elaborar planos para eventual coacção cirúrgica contra o Irão, enquanto o nosso ministro dos estrangeiros tem a louvável inciativa de acabar com a autonomia estatutária da FIFA e da UEFA, propondo um campeonato euro-árabe de futebol, a fim de ultrapassarmos tanto a crise dos "cartoons" como a eventual pressão da república imperial contra os persas. Concordamos totalmente com o biógrafo de Viriato e Afonso Henriques e insigne memorialista do PREC, dado que esse campeonato até poderia ser previamente ensaiado em palco, tendo como clímax a mãozinha de Deus/Alá, dando à equipa vencedora direito a golo madjeriano, sem cartão vermelho.



Consta até, nos meios diplomáticos domésticos, que foi encomendado romance a um ilustre prémio Nobel, com o título "O Alcorão segundo Maomé", texto este que, visando superar anterior erro do Estado português, será desde já indicado para prémio internacional, estando garantido um prefácio do ministro e um pósfácio de vários descendentes directos do Profeta, desde o chefe da comunidade ismaelita ao senhor duque de Bragança, com notas pé-de-página de Rui Zink e caricaturas de António, segundo texto de Miguel Esteves Cardoso.