Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...
• Bicadas recentes
Estes "breves aforismos conspiradores, sofridos neste exílio interno, lá para os lados de São Julião da Ericeira, de costas para a Corte e com os sonhos postos no Atlântico..." começaram a ser editados em Setembro de 2004, retomando o blogue "Pela Santa Liberdade", nascido em Maio de 2003, por quem sempre se assumiu como "um tradicionalista que detesta os reaccionários", e que "para ser de direita, tem de assumir-se como um radical do centro. Um liberal liberdadeiro deve ser libertacionista para servir a justiça. Tal como um nacionalista que assuma a armilar tem de ser mais universalista do que soberanista". Passam, depois, a assumir-se como "Postais conspiradores, emitidos da praia da Junqueira, no antigo município de Belém, de que foi presidente da câmara Alexandre Herculano, ainda de costas para a Corte e com os sonhos postos no Atlântico, nesta varanda voltada para o Tejo". Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
Este portal é pago pela minha bolsa privada e visa apenas ajudar os meus aluno. Não tive, nem pedi, qualquer ajuda à subsidiocracia europeia ou estatal
Este portal é pago pela minha bolsa privada e visa apenas ajudar os meus aluno. Não tive, nem pedi, qualquer ajuda à subsidiocracia europeia ou estatal
Memórias do poder marítimo e uma breve incursão manuelina e azul e branca
Hoje há algumas memórias que apetece cumprir. Primeiro, as do poder marítimo. Porque nesta data, no ano de 1897, a esquadra espanhola foi aniquilada pela norte-americana, em Santiago de Cuba. Porque no ano de 1833, começou a batalha do Cabo de São Vicente com derrota da esquadra miguelista. Porque no ano de 1821, regressou a Lisboa o aparelho central do Estado que tinha estacionado no Rio de Janeiro. Porque estes três factos são nucleares de mudanças. A independência do Brasil, o fim do regime miguelista e o fim dos restos do Império Espanhol, nas Américas e nas Filipinas. Também na data de hoje o regime republicano recriava o ministério da instrução pública (1913).
Outras memórias deixei escapar. Anteontem , importava referir a abolição da pena de morte e a emissão do Código Civil do Visconde de Seabra (1867), bem como o primeiro governo progressista de Anselmo Braamcamp (1879) e o aparecimento do Diário Liberal de Hernâni Cidade (1932). E ontem a morte de D. Manuel II no exílio britânico (1932). Porque neste ano de 1932 se lavou com a lexívia salazarenta a nossa memória liberal, incluindo o enterro que o cônsul tratou de fazer à monarquia azul e branca. Passámos a ficar dependentes de um constipação mal-tratada, como há-de dizer Luís Almeida Braga. Ainda continuamos dependentes de muitas personalizações do poder, de muitos pequenos césares dos múltiplos micro-autoritarismos que por aí pululam, como subsistemas de medo, porque continuamos sem espremer, gota a gota, o escravo do autoritarismo que mantemos dentro de cada um de nós, nomeadamente o delator pidesco e o anónimo lançador de boatos, aliado à falta de coragem dos que não gostam de assinar o que mandam fazer aos escribas, segundo a técnica do divide et impera.
<< Home