a Sobre o tempo que passa: Será que uma andorinha pode cumprir a Primavera?

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

9.4.07

Será que uma andorinha pode cumprir a Primavera?

O senhor ministro não gaguejou, cumpriu o que considera ser o seu dever de função. Disse querer lancetar uma infecção e mais declarou que a doença é recente... Trouxe muitos papéis, muitos papéis, demonstrando que, desde sempre, nesta década, tudo foi publicamente auditado e publicamente avaliado, ninguém vendo, ninguém lendo, ninguém ouvindo. Por mim, posso concluir que a lei não presta, que os auditadores não viram, que os avaliólogos não detectaram. As causas. Não podemos ignorar. As causas.

Será que o problema do ensino superior está apenas nesta árvore apodrecida? Será que os responsáveis pela floresta podem continuar a lavar as mãos como Pilatos, atirando para o comunismo burocrático as culpas pela má gestão do cartório? Será que este acto ministerial é apenas uma andorinha sem posterior Primavera? Ou será que, condenado um bode, todo o rebanho poderá renascer das cinzas, sempre ignoradas? Não haverá por aí um ex-ministro do sector que, antes de mais altos voos, queira ser reitor da instituição?