O antigo ministro António Alberto Morais de Carvalho, ilustre jurista e liberal, em Aphorismos e Pensamentos Moraes, Religiosos, Politicos e Philosophicos, publicados em Lisboa, no ano de 1850, utilizou a irregular técnica da generalidade e abstracção, para insinuar o seguinte:
O empregado com pequeno ordenado, que vive com luxo, se não herdou, furtou (293)
Os cargos do Estado, em mãos de probidade, dão proveito, e honra: em mãos de corrupção, dão proveito sem honra (300).
A probidade do empregado público não pode viver, nem com o luxo, nem com a miséria (297).
Os escritores assalariados, de ordinário, são como as rameiras; prostituem-se a quem lhes paga (312).
Se a honra de representar a nação pela deputação fosse estéril de empregos, e distinções, haveria menos quem a ambicionasse (220).
Aos déspotas nunca faltam mandarins, que sejam vis executores dos seus decretos (235).
Os mais elevados estadistas dificilmente se conservam, e morrem no poder (315).
Qualquer grumete se reputa habilitado a dirigir o leme da nau do Estado; por isso, ela, muitas vezes, sofre avarias (317).
O bom exemplo dos grandes vale mais que os códigos criminais (326).
Um governo sábio deve criar homens para empregos e não empregos para homens (384).
Há honras sem honra, assim como há honra sem honras (437).
As maiorias parlamentares são muitas vezes minorias nacionais (607).
Os partidos de princípios podem ser razoáveis; os de pessoas são, de ordinário, execráveis (779).
Ordinariamente os maiores inimigos dos homens que se acham no poder são aqueles que desejam subir a ele (804).
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