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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

15.1.08

Laissez faire, laissez aller, le monde va de lui même


Face a esta nossa tyranny of the Status Quo, Milton Friedman dixit, o tal que também dizia que não há free lunch, vamos verificando que, no torneio capitaleiro do BCP, Cadilhe perdeu por 9 a 1 com o situacionismo político-financeiro. Do mesmo modo, a aliança de Sócrates com a CIP esmagou a opção da Ota, enquanto Menezes clama por mais opinion makers da sua facção, porque Marcelo e Pacheco o não representam e Alberto João brinca ao independentismo, em puro acto de chantagem, típica dos bobos da Corte. Isto é, depois do furor de governar, o furor do oposicionismo, quando, na realidade, apenas se atingiu a fase do laissez faire, laissez aller, le monde va de lui même.


Porque também Quesnay assumiu a defesa do despotismo dito legal, considerando funesto o sistema de contraforças num governo. Tal como contrariou a ideia de Montesquieu sobre a divisão dos poderes, também não se mostrou adepto do garantismo de Locke e distanciou-se das perspectivas mercantilistas de Colbert. Num célebre episódio, o memso Quesnay, quando consultado pelo Grande Delfim de França, filho de Luís XIV, sobre o que deveria fazer quando fosse rei, responde: Senhor, eu não faria nada. Cada regime tem sempre o seu madeirense de serviço.