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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

25.11.04

...querem mais? Menos ais! Recebido de A.


Durão quer, Pedro nasce, Sampaio deixa, a paulada cai (não se sabe é quando)

Em forma provocatória recebi um mail titulado "Para não o deixar sem resposta". Pedi autorização para a devida vénia e aos costume, do nada, recebi o seguinte:

Meu krido Prof,
Eu não tenho links, nem blogs, nem sites, nem navego na virtude...
Pode fazer o que quiser, basta premir ctrl c ctrl v.
Sou contra direitos de autor e adoro o anonimato.
Bjs
A.

Logo, reproduzo:



Todos caíram no logro de Guizot nessa ilusão de enrique ser ....

Tudo começou com o Euro 2004. Uma onda de euforia varreu o país de Norte a Sul e acreditámos que era possível.

Como não alinhamos em hinos oficiais e gostamos de ser do contra, todos éramos do contra e cantávamos a mesma canção com música de Manuel Faria e Nuno Tempero e letra de Nuno Jerónimo e Pedro Bidarra, voz do "rapper" Demo. A Galp do Mexia sabia o que fazia.


Porque os fins justificam os meios até se trocaram votos por isto...

Passada a euforia continuámos a ser nós próprios. Mas eis que surge Durão Barroso como Presidente da Comissão Europeia. Continuando a ser do contra, não nos apercebemos logo da oportunidade única que esta escolha representava para o país. Foi preciso que do estrangeiro nos dissessem como nos devíamos sentir orgulhosos em ter um português naquele lugar para que nós, desconfiados, perguntássemos como teria sido possível ele ter chegado onde chegou.

Porque é que o país se queixa do que podia ter sido?

Mas nunca é. E a culpa nunca é nossa, é do árbitro, é do campo, é de quem nos deu uma coça.

No entretanto estávamos preocupados com um homem que não agradava a ninguém, passar a ser Primeiro Ministro, o que não deixa de ser curioso porque para se poder ser do contra tem de se ser contra alguém. Neste caso, como não havia ninguém a favor dele, apoiá-lo era ser do contra.


Depois de longas conversas com Rumsfeld, começam a chegar as compensações

Santana Lopes aparece como um homem novo e chama Mexia (ainda se lembram da Galp?) e faz desaparecer todos os que faziam com que os portugueses fossem do contra. Claro que em sua substituição aparecem outros que nos fazem ser do contra mas porque não podemos nós voltar a acreditar no que nos dizem? Acreditar não custa dinheiro e torna-nos mais produtivos porque perdemos menos tempo a lamentarmo-nos.

Por isso, escuta: não te esqueças que a sorte protege os filhos da luta.

Se temos saudade, temos vontade, temos saúde, temos atitude

Se temos tudo, de que é que o português se queixa?

Vamos ter fé uma vez na vida

Se nós acreditarmos, Santana Lopes poderá continuar a dizer coisas como “Sou o Primeiro Ministro de todos os portugueses” e “Sabe com quem é que o Governo não está descontente? Com o povo!'.

Um Primeiro Ministro contente com o povo pode fazer com que o povo volte a acreditar em si mesmo e nunca será demais pedir a taça.