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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

16.12.04

Agitação na cidade dourada



O número dois do partido que ainda está coligado com um grupo liderado pelo ex-director do semanário "Independente" declarou que «o poder político hoje é mais fraco porque há um vasto conjunto de poderes fácticos que tem tanto poder quanto o poder político». «São obviamente a comunicação social, o poder judicial e o poder económico». Para o autarca da Invicta, Rui Rio, «a comunicação social, obviamente, hoje condiciona muito mais e o poder judicial condiciona porque funciona muito mal, porque é lento, mas também devido a esta nova moda profundamente antidemocrática, assassina para a democracia, que é a promiscuidade entre algum poder judicial e a comunicação social». Nada disse sobre a blogosfera.

Por outras palavras, confundiu o poder político com o poder da partidocracia que está no governo e no parlamento e não reparou que, na constituição e nas democracias, o poder judicial é parte integrante dos poderes políticos, ao lado do legislativo e do executivo.

O seu rival, Pinto da Costa, logo respondeu: "o senhor Rui Rio, número dois do PSD, será julgado pelo povo português no dia 20 de Fevereiro porque, como número dois de um partido, é evidente que tem grande responsabilidade na situação do país. Como presidente da Câmara da minha cidade do Porto terá que me enfrentar nas próximas eleições autárquicas. Não estou a dizer que serei candidato nem que deixarei de ser, estou apenas a dizer que serei uma voz activa no que se vier a passar".